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Coronavírus

Caixa: trabalho “voluntário” uma ova!

Linha fina
Direção da Caixa pressiona empregados a romperem o rodízio, expondo população, bancários e atendimento a riscos; Sindicato cobra presença do governo na reunião com a Fenaban para tratar sobre as filas e aglomerações causadas por falhas de informações e no sistema do pagamento da renda emergencial
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A direção da Caixa vem pressionando os empregados dos centros administrativos da Caixa a retornarem fisicamente ao trabalho. O banco está alegando que o retorno será “voluntário”. Contudo, empregados denunciam que estão sendo obrigados a abandonarem o trabalho remoto e a voltarem ao presencial.

Para completar, nesta quinta-feira dia 23 a direção chegou ao absurdo de criar o site “queroatender.caixa”, no qual a chefia obriga suas equipes a se inscreverem “voluntariamente” a fim de quebrar o rodízio das agências.

Com essa medida, a direção da Caixa está expondo trabalhadores e população a riscos e aumentando a possibilidade de as unidades bancárias se tornarem focos de disseminação do coronavírus.

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Além disso, essa decisão poderá resultar na piora do atendimento à população, pois as agências com casos confirmados ou suspeitas de covid-19 serão fechadas para higienização e as equipes todas afastadas para quarentena.

“O responsável por essa medida terá que ser responsabilizado no casos de covid-19 daqui para frente, pois sem negociação nenhuma e piorando o tumulto deverá aumentar a contaminação dos trabalhadores e da população mais carente nesse momento tão grave. E nós vamos cobrar essa responsabilidade”, afirma Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) e diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Na segunda-feira 27 será realizada reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban para discutir a obrigatoriedade do fim do rodízio. O trabalho remoto é uma medida definida em negociação que não pode ser abandonada unilateralmente.

As principais responsáveis pelas aglomerações nas unidades bancárias da Caixa são a falta de informações e deficiências no sistema do banco por causa do auxílio emergencial. Estimativas apontam que 80% das filas são causadas pelos pagamentos da renda emergencial.

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Na sexta-feira 24, uma outra reunião, entre movimentos sindical e sociais, irá buscar estratégias para  a diminuição das aglomerações nas agências.

A ideia da reunião é que os movimentos sociais auxiliem a fornecer à população informações a fim de evitar aglomerações nas unidades bancárias da Caixa e que também cobrem o governo que é o real responsável pela morosidade e os equívocos desse pagamento. Esta seria uma responsabilidade do governo, que não está fornecendo informações suficientes e não disponibilizou um sistema universal de cadastro, verificação e pagamento do auxílio. Por essa razão, os movimentos sindical e sociais se articularão a fim de encontrar soluções.

“O governo deveria, desde de o princípio, ter levado em conta a demanda que este auxílio iria requerer. E se quisesse mesmo ajudar as pessoas, teria descentralizado esse pagamento, disponibilizando em toda a rede bancária e até nas prefeituras por exemplo”, enfatiza Dionísio. 

O bancário não é obrigado a voltar ao trabalho presencial, e a orientação é que o rodízio seja mantido por conta de uma crise sanitária que está colocando em risco a saúde não só dos trabalhadores, mas da população. “Lembre-se é voluntário não tem falta!”, afirma Dionísio. 

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