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Chapéu
Terceirização, sobrecarga, adoecimentos...

A verdade indigesta por trás do lucro do Santander no 1º trimestre de 2022

Imagem Destaque
Arte mostra planilha sobre uma mesa azul, com gráfico em barras representando alta do lucro do Santander no primeiro trimestre de 2022. Mãos masculinas de pele branca seguram uma flecha representando alta, sobre o gráfico de barras

O Santander obteve lucro líquido gerencial de R$ 4,005 bilhões no primeiro trimestre de 2022. O resultado representa alta de 1,3% em relação ao mesmo período de 2021, e de 3,2% em relação ao quarto trimestre de 2021.

“Enquanto os índices econômicos se deterioram no Brasil, em um cenário de crise econômica e social, o lucro do Santander segue exorbitante. E a direção brasileira do banco espanhol não oferece nenhuma contrapartida social, e tampouco saídas pra a crise, uma vez que demite trabalhadores – muitas vezes doentes em decorrência do trabalho massacrante no banco –, piorando o índice de desemprego no país. E a mesma direção tem apostado cada vez mais na terceirização, muitas vezes fraudulenta, retirando direitos e reduzindo salários.”

Lucimara Malaquias, Secretária de Estudos Sócio-econômicos (Sese) do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE Santander)

A holding encerrou o primeiro trimestre de 2022 com 49.090 empregados, com abertura de 4.284 postos de trabalho em doze meses. Por outro lado, foram fechadas 332 agências e 100 PAB’s (postos de atendimentos bancários) no período.

“Essas contratações não têm sido suficientes para reduzir a sobrecarga de trabalho, principalmente nas agências bancárias. E há elementos claros que indicam que essas contratações têm sido de mão de obra terceirizada, com redução salarial e de direitos, e aumento da sobrecarga de trabalho, que, por sua vez, resulta em muitos adoecimentos, os quais toda a sociedade brasileira arca com a conta quando os trabalhadores são afastados pela Previdência”, denuncia Lucimara.

O resultado obtido na unidade brasileira do banco representou 24,7% do lucro recorrente global, que foi de € 2,543 bilhões, este último, com alta de 58% em doze meses.

“Este lucro é resultado de um trabalho massacrante que vem sendo desenvolvido pelos mais de 49 mil trabalhadores bancários e terceirizados, que são os que menos usufruem desse resultado, já que a massa salarial tem apresentado queda ao longo dos anos, por meio de contratações com salários mais baixos do que recebiam os demitidos”, enfatiza Lucimara

A dirigente avalia que a crise econômica e social que afeta os brasileiros não chegou para o Santander, tendo em vista o lucro nas alturas divulgado pelo banco. “Iniciaremos em breve as negociações para a renovação do acordo especifico do Santander, e os trabalhadores e seus representantes esperam uma contrapartida do banco por meio do respeito à negociação coletiva, objetivando resultados positivos para esses bancários que constroem o lucro do Santander no Brasil”, afirma Lucimara Malaquias.

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