Bancários de todo o país foram às ruas nesta terça-feira 11 para denunciar o assédio moral e a pressão para o cumprimento de metas abusivas praticados pelos bancos, o que vem resultando em uma epidemia.
Os protestos também tomaram as redes sociais, com a hashtag #MenosMetasMaisSaúde.
As atividades marcaram o lançamento da campanha Menos Metas, Mais Saúde, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e por seus sindicatos e federações filiados. A campanha terá duração de seis meses.
De 2012 a 2021, 42.138 bancários tiveram o direito ao benefício acidentário reconhecido pelo INSS por conta de doenças e acidentes relacionados ao trabalho.
Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho – uma iniciativa do Ministério Público do Trabalho (MPT) em cooperação com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) – e foram compilados pelo Dieese.
“Os bancos são os principais responsáveis por estes adoecimentos causados pelas cobranças e pelo assédio moral para o cumprimento de metas inatingíveis e que não são definidas em conjunto com os bancários e seus representantes. É um problema organizacional e institucional dos bancos que será enfrentado e denunciado até que esta situação insustentável tenha fim, e a saúde dos bancários seja respeitada.”
Valeska Pincovai, secretária de Saúde do Sindicato e bancária do Itaú
Problemas no INSS
Para piorar, os trabalhadores têm sofrido com o descaso do INSS representado pelo não reconhecimento das doenças do trabalho; pela dificuldade para o agendamento de perícias presenciais e para a obtenção do Benefício por Incapacidade Acidentário; pelo não fornecimento do resultado das perícias; e pela inoperância do sistema Meu INSS.
“Muitos trabalhadores aguardam meses por um resultado simples. Ou por acertos pós perícia que chegam até a 60 dias de espera; ou recebem resultado retroativo que não concede o benefício, ou o concede somente até data da perícia. São muitos transtornos e prejuízos enormes ao segurado”, afirma Valeska.
Na quinta-feira 13, estes problemas e a as reivindicações da categoria bancária serão levadas ao INSS, em uma carta endereçada ao presidente e ao Superintendente Regional do órgão.