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Chapéu
Itaú

Pontuação do GERA para consignado do INSS é insuficiente e ilógica

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Arte composta pelo meme da "Nazaré Confusa" no fundo. À frente, o quadrado do logo do Itaú onde se lê "GERA prejuízo"

Representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região reuniram-se com integrantes do Itaú para cobrar explicações sobre a pontuação do GERA referente ao período em que o empréstimo consignado do INSS foi suspenso.

Em março, os bancos deixaram de ofertar por 15 dias a modalidade de crédito após o governo anunciar uma redução na taxa de juros de 2,14% para 1,70%, ao mês, em decisão aprovada pelo CNPS (Conselho Nacional de Previdência Social), no último dia 13.

A medida impossibilitou a venda do produto durante 15 dias em março, o que impactou no GERA, programa de pontuação de metas do Itaú. A fim de tentar contornar o problema, o banco informou que irá fornecer uma pontuação para os bancários dos segmentos Itaú Agência, Uniclass e GGA.

Na reunião, realizada na terça-feira 5, os representantes do Itaú explicaram o peso do consignado em uma cesta com mais três produtos: crediário, parcelamento de fatura e LIS (Limite Itaú para Saque).

O item “Equilíbrio de contas” (total da cesta) corresponde a 200 pontos. Para o Itaú Agências (IA) foi dado ao consignado do INSS uma pontuação de 50 pontos. Para chegar ao número, o banco fez o seguinte cálculo: para este segmento, o consignado do INSS vale 100 pontos de um total de 200 pontos do total da cesta. Houve um período de 50% do mês em que o produto não foi comercializado, o que corresponde a 100 pontos. Foi feita, então, essa divisão, ou seja, 50 pontos correspondente aos 50% do peso da cesta.

Segundo o banco, a mesma lógica foi aplicada para os segmentos Itaú Uniclass (IU) e GGA. No Uniclass, o peso da parte do consignado corresponde a 15%. Ou seja, de um total de 200 pontos em que 50% do período o consignado não foi negociado, 15% de 100 corresponde a 15 pontos.

Para o GGA, dos 100 pontos referentes ao 50% do período de comercialização, o peso do consignado do INSS representa 25%, ou 25 pontos.

A pontuação, contudo, será fornecida sobre um GERA de 1.000 pontos.

“Mil pontos não significa nada para o bancário hoje. Mil pontos significa rua, demissão. O Itaú trabalha com 1.200 pontos. Mas o banco traz uma proposta em cima desses 1.000 pontos. E o bancário ficará abaixo da avaliação, da performance se não atingir pontuação acima de 1.100, 1.150, 1.200 pontos. Que essa pontuação seja dada pelo menos com base em 1.200 pontos. Ou que seja considerada a pontuação do item ‘Equilíbrio de Contas’: 180 pontos para IU, 100 pontos para o GGA e 170 pontos para o IA.”

Márcia Basqueira, dirigente do Sindicato e bancária do Itaú

Redução de 70% na remuneração variável em março

Cálculos feitos pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região apontam que a solução apresentada pelo Itaú irá reduzir em média em 70% a remuneração variável dos bancários que atingiram em março a pontuação nos segmentos IA, IU e GGA.

Outra questão levada ao banco na reunião é que o consignado está incluído em uma cesta com mais três produtos. Só que os bancários não sabem quanto do valor total da cesta representa a venda do consignado.

“O banco coloca uma meta de R$ 2 milhões para uma agência X e, desses R$ 2 milhões, eles compõem os quatro itens da cesta. Nós cobramos que uma pontuação lógica e transparente seria quanto daqueles quatro itens representa o consignado e, dentro disso, fazer uma ponderação. E não simplesmente em cima da pontuação jogar um valor X”, pontua Marcia Basqueira.

“Na nossa lógica deveria ter sido feita uma redução em cima da meta pensando em uma remuneração semestral. Por conta das alavancas, o crédito, o custo de crédito, tudo é impactado no resultado. Os bancários consideram que essa redução seria justa se houvesse uma redução de 30% em cima desse item. A suspensão do crédito consignado do INSS foi uma situação atípica. Os bancários não podem ser prejudicados”, acrescenta a dirigente.

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