
Os empregados da Caixa Econômica Federal foram informados na quinta-feira 3 sobre mudanças no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). O novo programa começará a ser implementado ainda em abril.
De acordo com as alterações, está prevista a realização de exames laboratoriais (sangue, fezes e urina), além de exames específicos como PSA, mamografia digital, papanicolau e consultas com especialistas em urologia e ginecologia.
Tanto os exames, quanto as consultas, serão totalmente custeados pelo banco, sem ônus ao Saúde Caixa. A mudança atende à reivindicação da Contraf-CUT e sindicatos, que cobravam que o banco retomasse da realização dos exames pelo PCMSO.
Antes de passar pela avaliação com o médico de saúde ocupacional do banco, as empregadas e empregados deverão preencher um questionário de saúde digital. E, após o exame, será feita uma pesquisa de satisfação com o atendimento.
O banco também passará orientações sobre cuidados com a saúde e divulgará todos os programas de saúde e prevenção oferecidos aos empregados.
As ações do PCMSO da Caixa serão conduzidas regionalmente pelas Gerências Regionais de Pessoas (Gipes). O cronograma das ações será apresentado às unidades pelas respectivas Gipes.
“Há muito tempo cobramos mudanças no PCMSO, para que sua realização não seja um mero cumprimento da legislação, e passe realmente a ter como objetivo a avaliação periódica da saúde dos empregados, com subsídios para que o trabalhador possa saber como está, e para que a empresa formule políticas de prevenção que sejam aplicadas coletivamente. E esse retorno da possibilidade de realizar exames pelo PCMSO é um passo muito importante para cumprir este objetivo”, avalia o coordenador da representação dos empregados no Grupo de Trabalho Saúde Caixa, Leonardo Quadros.
“Incentivamos que os empregados façam todos os exames pelo PCMSO, para prevenção e cuidados com sua saúde. Diagnosticar uma doença antes que seus sintomas se manifestem é importantíssimo”, completou Leonardo, que também é diretor de Saúde e Previdência da Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa (Fenae).
Burocracia X participação
Leonardo disse, também esperar que a revisão do PCMSO da Caixa contribua com a redução de risco de adoecimento dos empregados. “Nos últimos anos o PCMSO tem sido feito de uma forma muito burocrática, só mesmo para cumprir o que prevê a legislação. Mas nem sempre foi assim. Houve um tempo em que o PCMSO na Caixa, de fato, trazia insumos para a área de pessoas avaliar a situação da saúde ocupacional dos empregados e propor políticas de prevenção e promoção da saúde”, lembrou.
O dirigente ressaltou que quando o programa servia como subsídio para políticas de prevenção e promoção da saúde, o empregado tinha a possibilidade de fazer exames laboratoriais pelo PCMSO. “Além de desonerar o plano de saúde, o programa criava o hábito da realização de exames periódicos preventivos, ajudava no acompanhamento da saúde do empregado, e conseguia identificar doenças precoces. Ao deixar de oferecer esses exames, nem todo os fazia, seja devido ao custo, seja por não ter adquirido o hábito de cuidados com a saúde”, explicou.
“A identificação precoce das doenças permite o tratamento antes do agravamento do quadro de saúde. E, todos sabemos, saúde preventiva é bom para a pessoa, bom para a empresa, que não terá um empregado afastado para tratamentos mais longos, e também para nosso plano de saúde, uma vez que tratamentos de doenças em estágio mais avançados são mais onerosos para nosso plano de saúde”, completou.
Gerenciamento de Riscos
O dirigente sindical e empregado da Caixa André Sardão enfatiza a importância de os empregados se apropriarem do PCMSO e contribuírem com propostas e retorno sobre o programa, visando sua melhoria.
“Importante contarmos com a participação dos empregados, agora. São eles que irão sentir como será o atual PCMSO da Caixa. Precisamos que ele seja um exame o mais completo e aprofundado possível, não superficial e rápido, mas sim um exame que detecte de fato os problemas de saúde"
