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Governo Alckmin volta a cogitar cinco dias sem água

Linha fina
Falta de transparência da gestão do tucano faz com que população continue sem saber sobre futuro do abastecimento
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São Paulo – O Comitê da Crise Hídrica, criado pelo governo do estado de São Paulo, anunciou que está trabalhando novamente com a possibilidade de implantar o rodízio de cinco dias sem água e dois com água nas áreas abastecidas pelo Sistema Cantareira. O anúncio surge após o presidente da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), Jerson Kelman, admitir em documento que a utilização do volume morto do Cantareira poderia ter sido evitada se a operação do sistema fosse feita de forma mais segura nos últimos três anos.

Por conta da pior crise hídrica em 84 anos, o comitê formado por representantes da Sabesp, da Defesa Civil, da Secretaria de Segurança Pública, da prefeitura de São Paulo, das universidades e da sociedade civil discute desde março medidas emergenciais caso um rodízio seja adotado.

“Quanto mais o tempo passa, a situação real acaba vindo à tona: se o governo tivesse admitido que vivemos uma crise desde o início de 2014, talvez não tivéssemos chegado neste ponto”, aponta Edson Aparecido Silva, integrante do Coletivo de Luta pela Água, formado por movimentos sociais e sindicais. Edson destaca que a falta de transparência do estado só agrava a situação e prejudica a população. Em relação ao comitê que anunciou a volta da possibilidade de rodízio, Silva lembra que a sociedade civil não faz parte do grupo. “Até agora não apresentaram um plano efetivo, não sabemos como vão agir para abastecer os locais mais distantes, por exemplo”, destaca.

Para o representante do Coletivo, as atitudes do governo demostram irresponsabilidade e fazem com que as perspectivas para este ano sejam de uma crise pior que a de 2014. “Eles só assumiram agora que tudo poderia ter sido evitado, por conta do calendário eleitoral. É por isso que, mesmo tendo autorização para aumentar a tarifa, só estão botando em prática agora, quando vamos pagar por algo que não temos”, critica. Edson acredita que, além do rodízio, a utilização de mais uma cota do volume morto seja aventada, com o agravo da crise.


Luana Arrais – 8/5/2015
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