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A aula dos secundaristas

Linha fina
Estudantes paulistas em luta contra máfia da merenda e cortes na educação dão lição de mobilização; mesmo com invasão da PM, mantêm ocupação do Centro Paula Souza
Imagem Destaque
São Paulo – Os estudantes secundaristas de São Paulo, em luta contra a máfia da merenda e cortes na educação, estão dando uma verdadeira aula de mobilização por direitos. Mais de 200 jovens ocupam desde quinta-feira 28 o Centro Paula Souza, órgão responsável por administrar o ensino técnico no estado.

As principais reivindicações dos alunos são: construção de restaurantes “bandejões” nas escolas técnicas e, provisoriamente, o fornecimento de vales-alimentação; instalação de uma CPI para investigar desvios de verbas destinadas à merenda da rede paulista de ensino; e o fim do sucateamento da educação no estado, com cortes e fechamentos de salas promovidos pelo governo de Geraldo Alckmin (PSDB).

A ocupação do Centro Paula Souza é auto organizada e democrática, com deliberações realizadas em assembleias e comissões responsáveis por organizar tarefas cotidianas como limpeza, segurança e comunicação.

Invasão – Na manhã da segunda-feira 2, o batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu a ocupação do Centro Paula Souza. De acordo com um dos ocupantes, a PM não apresentou termo de reintegração de posse, o que torna a operação ilegal. Ainda segundo os estudantes, os policiais justificaram a ação como forma de garantir a entrada dos funcionários.

Entretanto, no final da tarde do mesmo dia em que a PM invadiu a ocupação, a Justiça determinou a suspensão da reintegração de posse do Centro Paula Souza. Na sua decisão, o juiz Luis Manuel Pires afirmou que “não houve mandado judicial para o cumprimento da ordem” e fixou prazo de 72 horas para que o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, esclareça se foi o responsável por “adiantar o cumprimento da ordem judicial com a determinação de ingresso da Polícia Militar no imóvel sem mandado judicial”.

Os secundaristas decidiram em assembleia, realizada em frente da fileira de policiais do Choque, manter a ocupação até que o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) abra diálogo com o movimento.

Rio de Janeiro – Inspirados pelo movimento secundarista em defesa da educação pública que os estudantes paulistas realizam desde 2015 – quando conseguiram barrar a “reorganização” imposta por Alckmin, que previa o fechamento de 94 escolas – os estudantes cariocas também se mobilizaram para ocupar unidades de ensino da rede pública. Até a segunda-feira 2, os alunos já haviam ocupado 65 escolas em diversas cidades.


Redação, com informações da Rede Brasil Atual e portal G1 - 2/5/2016
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