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Chapéu
Balanço

Com lucro crescente, Itaú pode criar mais empregos

Linha fina
Em doze meses, banco cortou 1.652 postos de trabalho, por outro lado, seu resultado cresceu 19,6%, atingindo R$ 6,176 bilhões no primeiro trimestre
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São Paulo – O Itaú teve lucro líquido recorrente de R$ 6,176 bilhões no primeiro trimestre deste ano. Isso representa crescimento de 19,6% em relação ao resultado apresentado no mesmo período de 2016. Ainda assim, o banco cortou empregos. Foram 1.652 postos de trabalho extintos em doze meses (o número de empregados no país caiu de 82.871 em março de 2016 para 81.219 em março deste ano).

“O Itaú é o maior banco privado do país e mesmo com a economia em crise apresenta lucros altíssimos e sempre crescentes. Além do mais, apenas com o que o banco arrecada de tarifas cobradas dos clientes, cobre 162,9% da sua folha de pagamento. Não há, portanto, qualquer justificativa para que o banco corte empregos. Deveria exercer sua responsabilidade social ao invés de demitir centenas de trabalhadores”, critica a secretária-geral do Sindicato e funcionária do Itaú, Ivone Maria da Silva, citando dados do balanço divulgado pela instituição financeira na quarta-feira 3.

No primeiro trimestre de 2017, as receitas de prestação de serviços e tarifas alcançaram R$ 8,602 bilhões, enquanto as despesas de pessoal, incluindo PLR, totalizaram R$ 5,281 bi no mesmo período. Ou seja, a relação entre receitas de tarifas e despesas de pessoal foi de 162,9%.

A dirigente destaca ainda que o banco deveria exercer sua responsabilidade social aumentando a oferta de crédito e, assim, contribuindo para a recuperação da economia. Ao invés disso, a carteira de crédito total do Itaú teve redução de 7,9% em relação ao primeiro trimestre de 2016. O crédito para pessoas físicas caiu 2,1%, e o de pessoas jurídicas reduziu ainda mais: 10,7% no ano, principalmente na carteira de grandes empresas (-11,4%). “E isso não se justifica pela inadimplência”, diz Ivone. O índice de inadimplência no Brasil atingiu 4,2% no trimestre, queda de 0,2 ponto percentual em comparação com o primeiro trimestre do ano anterior.

O balanço mostra ainda que o banco segue com sua política de fechar agências físicas e investir em unidades digitais. Foram fechadas 202 unidades convencionais em um ano (em março deste ano o Itaú contava com 3.553 agências físicas no país); e foram abertas mais 36 unidades digitais, totalizando 144 agências do tipo em março. “O Brasil é continental, e ao invés de fechar agências, o Itaú deveria promover a inclusão bancária abrindo unidades nas regiões mais distantes do país”, critica Ivone.

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