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Chapéu
Contra Reformas

Manifestação Ocupa Brasília toma as ruas da capital

Linha fina
Convocada pelas maiores centrais sindicais do país, organizadores estimam que 150 mil marcham para pressionar parlamentares pela saída de Temer, suspensão das reformas e por diretas já
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Foto: Tiago Macambira / Jornalistas Livres

São Paulo – A manifestação em Brasilia, o Ocupa Brasília, toma as ruas da capital federal nesta quarta-feira e soma cerca de 150 mil trabalhadores, segundo os organizadores dos protestos. Na Câmara, onde participou de reuniões para discutir os preparativos do ato, o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que não adianta tirar o presidente Michel Temer e convocar eleições indiretas. "Querem tirar um golpista e colocar outro para fazer a reforma trabalhista e da Previdência", denunciou em reportagem da Rede Brasil Atual.

> CUT: enterrar as reformas de Temer é prioridade

Segundo ele, o movimento não é apenas para pedir a saída de Temer, mas cobrar eleições diretas imediatamente. "Se fizer eleições indiretas, vai ter o 'Fora Maia', o 'Fora Cármen Lúcia', ou fora qualquer outro que não for eleito com o voto popular", disse Vagner, em entrevista coletiva com sindicalistas e integrantes de movimentos sociais, referindo-se aos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Supremo Tribunal Federal (STF), cotados como "presidenciáveis" em uma eleição restrita ao Congresso. "Credibilidade só se dá com eleição. Vamos ficar mobilizados até ter diretas já."

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Além da aprovação da eleições, o presidente da CUT disse que é preciso retirar as reformas em tramitação no Congresso. "É diretas já com a imediata retirada da pauta. Ou construiremos uma nova greve geral, as centrais e os movimentos organizarão uma greve maior que a do dia 28 (de abril)", afirmou.

Ele manifestou preocupação com possíveis ações da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal, que teria a pretensão de revistar individualmente os manifestantes. "Isso é uma atitude de provocação, que vai trazer conturbação", criticou, afirmando que já se montou um "aparelho de guerra" hoje, como se fosse "para defender o Congresso de um ataque militar inimigo".

Segurança  Reunidos na tarde da terça-feira 23, na sede da CNBB em Brasília, Vagner Freitas e o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, pediram ao secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, que intercedesse junto às autoridades do governo do Distrito Federal e os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado para que as forças policiais não usassem de violência contra os militantes.

Para Boulos, a ação policial ostensiva poderá criar um confronto desnecessário, "os movimentos estão vindo para lutar por seus direitos e pedir que a democracia prevaleça".

A preocupação de Freitas e Boulos se confirmou: logo nas primeiras horas da marcha policiais atacaram trabalhadores com bombas de efeito moral e spray de pimenta. Acompanhe o #OcupaBrasília minuto a minuto.

Lado a lado – Na reunião entre Freitas, Boulos e a CNBB, a Comissão Brasileira de Justiça e Paz confirmou que irá se juntar à marcha para fortalecer a luta das centrais e movimentos sociais para pressionar o Congresso Nacional a retirar as reformas trabalhista e previdenciária de pauta, além de garantir eleições diretas para escolher o melhor projeto de governo ao país, comprometido após as denúncias contra Temer divulgadas na semana passada.

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