Somente neste ano de 2021, os reajustes dos derivados de petroleo nas refinarias da Petrobrás chegam a 41,5% para a gasolina; 34,1% para o diesel; e a 17,1% no gás de cozinha. Só a gasolina já aumentou cinco vezes em dois meses.
Para denunciar as razões destes sucessivos aumentos e defender a Petrobras como uma empresa pública brasileira, que deve estar a serviço da população e do desenvolvimento do país, os bancários se juntam nesta quinta-feira 4 aos petroleiros, professores e demais categorias de trabalhadores em uma grande mobilização nacional. Os atos, em São Paulo e diversas outras capitais e cidades brasileiras, reivindicam vacina já, a volta do auxílio emergencial, contra os aumentos abusivos dos combustíveis, por empregos para todos e em defesa do Banco do Brasil e da Caixa.
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Para esclarecer a categoria sobre os motivos das altas de preço da gasolina, o Sindicato participa de ação solidária com venda de gasolina a preço justo: o bancário sindicalizado paga R$ 3,50 por litro e o Sindicato paga o resto (hoje o preço médio da gasolina está em R$ 5,50). CLIQUE AQUI e saiba como participar.
Mas, afinal, quais as razões para os combustíveis estarem tão caros. A gente explica!
4 motivos pelos quais a gasolina e o gás estão tão caros
1 - PPI (Política de Paridade de Preços de Importação)
O Brasil produz toda gasolina que consome. Ainda importamos alguns volumes de óleo diesel e de gás de cozinha, mas a maior parte desses produtos a Petrobras faz aqui, em suas refinarias, usando petróleo produzido aqui. Entretanto, desde o governo Temer foi adotada a PPI (Preço de Paridade de Importação), política mantida por Bolsonaro, na qual os combustíveis são reajustados pela variação do mercado global, o que favorece apenas os acionistas da Petrobras, encarecendo os combustíveis e todos os produtos que dependem do transporte rodoviário.
É justo que uma empresa pública, como a Petrobras, construída com recursos dos brasileiros, sirva aos interesses dos acionistas e não ao interesse de toda a população?
2 - Ausência de política de Estado para o setor de óleo e gás
Falta ao Brasil uma política de Estado para o setor de óleo e gás, que garanta o abastecimento nacional, com preços justos para a população. Para que isso ocorra, o reajuste dos combustíveis deve se basear nos custos nacionais de produção de derivados de petróleo e não no preço de importação, que a gestão da Petrobras implementou há quase cinco anos.
3 - Desmonte e privatizações
O governo Bolsonaro intensificou o desmonte e as privatizações na Petrobras, iniciadas no governo Temer, colocando à venda oito refinarias, terminais, redes de gasodutos e subsidiárias, como a BR Distribuidora e a Liquigás, que já foram privatizadas.
4 - A capacidade de produção subutilizada
A Petrobras só usa, em média, 75% da capacidade de suas refinarias. Se usasse tudo, poderia até diminuir a inflação dos alimentos, como mostra estudo de professores da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e da Coppe/ UFRJ. A plena carga das refinarias teria impacto positivo maior que R$ 3,6 bilhões sobre o PIB brasileiro, além de diminuir a inflação dos alimentos e dos transportes. Entretanto, a gestão da Petrobras opta por não usar toda a capacidade de refino, beneficiando importadores de combustíveis. Importadores que vivem acusando a Petrobras de vender combustíveis a preços mais baixos. Pelos importadores, a gasolina, o diesel e o gás de cozinha seriam ainda mais caros. Aí, o governo federal e a gestão da Petrobras tentam passar para a população que vender refinarias da empresa vai “aumentar a concorrência”. Uma grande mentira!