São Paulo – Motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista decidiram, em assembleia na noite de quinta 11, paralisar todos os terminais do sistema de transporte de ônibus municipal na terça-feira 16, das 14h às 17h. O motivo da ação é a falta de avanço na negociação da campanha salarial. Os trabalhadores pedem reajuste salarial equivalente à inflação do período (junho/2016 a maio/2017) mais 5% de aumento real. Os empresários oferecem 3% de reajuste, em duas parcelas, e querem suspender pagamento de participação nos lucros ou resultados (PLR), sob alegação de estarem no vermelho. A data-base da categoria é 1º de maio. Leia a íntegra da matéria na Rede Brasil Atual.
“Tentaram humilhar nossa categoria com essa merreca de reajuste, aumento do tíquete refeição igual ao dos salários e zero de PLR, mas eu encurtei a conversa. Com o apoio da diretoria e da comissão de negociação disse não ao SPUrbanuss (sindicato dos empresários do setor). Sem acordo a reunião foi encerrada e a direção voltou as atenções para preparar o plano de lutas e fazer uma mega mobilização da categoria para os próximos enfrentamentos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, Valdevan Noventa.
Durante a paralisação da próxima terça-feira, os motoristas pretendem distribuir folhetos explicando a situação para a população. A categoria está ainda em alerta contra a proposta do prefeito João Doria (PSDB) de acabar com a função de cobrador, que hoje são quase 20 mil. A prefeitura deve cerca de R$ 320 milhões para as empresas e a gestão Doria alega que a economia com os salários dessa função, que considera desnecessária, cobriria o rombo.
Para Noventa, isso é uma "jogada de marketing" do prefeito. “Essa sobra de recursos com o fim dos cobradores não cobrirá rombo. O emprego dos trabalhadores em transporte não será moeda de troca para pagar essa conta”, afirmou.
Outra assembleia será realizada pelos motoristas e cobradores na quinta-feira 18, para decidir os próximos passos da mobilização. Eles não descartam a possibilidade de entrar em greve para pressionar os empresários.