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Chapéu
Manifestação

Trabalhadores marcham contra o racismo

Linha fina
Ato no centro de São Paulo nesta sexta-feira, a partir das 16h, marca os 129 anos da ‘abolição inacabada’
Imagem Destaque
Arte: CUT-SP

São Paulo – Na véspera do aniversário dos 129 anos da abolição da escravatura, trabalhadores de diversas categorias reúnem-se em uma marcha contra o racismo e denunciando a abolição inacabada. A Secretaria de Combate ao Racismo da CUT-SP convocou para esta sexta-feira um ato público, que será realizado no Largo do Paissandu, no centro de São Paulo a partir das 16h.

“A manifestação trata principalmente dos 129 anos da abolição inacabada. E por que falamos ‘abolição inacabada’? Porque infelizmente após a abolição da escravatura não foram criadas políticas públicas para inclusão do povo negro. Ou seja, vivemos durante anos o mito da democracia racial, e isso foi um instrumento para manter a população negra excluída das diversas política públicas de acesso à igualdade de oportunidades”, explica Júlio César Santos, dirigente do Sindicato.

Os participantes também saem às ruas contra os cortes nos investimentos da saúde, educação, assistência social, e as reformas da Previdência, trabalhista e a terceirização sem limites, medidas promovidas pelo governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB). Em São Paulo, os militantes denunciam o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito da capital paulista João Doria (PSBD) de insistirem num modelo de segurança pública que violenta jovens e mulheres da periferia, além de não promoverem políticas efetivas de direitos humanos.

“Essa atividade é focada também na questão do genocídio da população negra. São inúmeras políticas que infelizmente levam o povo negro à morte: seja ela a violência policial ou a violência da exclusão do estudo. Há também a violência médica: diversas estatísticas que comprovam que a população negra ao chegar ao hospital é, infelizmente, maltratada – principalmente as mulheres negras”, completa Júlio.

Dados – Atualmente, a população brasileira é formada por 54% de pessoas negras, de acordo com o último levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, outros dados de diversos institutos apresentam uma realidade dura e racista na sociedade.

Segundo o Mapa da Violência, só no ano de 2015, foram assassinados por armas de fogo 5.058 jovens brancos, enquanto os negros foram 17.120. Já no mercado de trabalho, a população negra representa, segundo o Dieese, 37,9%. Quando a comparação é o salário, a média do rendimento/hora dos negros é de R$ 8,79 enquanto a dos brancos é de R$ 13,80.

O ato desta sexta tem o apoio da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), do Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial (Inspir), Fórum Estadual de Mulheres Negras e do Fórum de Educação e Diversidade Étnico Racial (Feder).

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