Os motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista podem iniciar uma greve na próxima sexta-feira 17. A categoria está em campanha salarial e vai decidir sobre a paralisação em uma assembleia na quinta-feira 16, marcada para as 15h, no Clube CMTC, na região central da cidade. Os trabalhadores rechaçam a proposta do sindicato patronal, SPUrbanuss, que propôs reajuste salarial de 4,18% (abaixo da inflação do período), aumento de R$ 0,80 no vale-refeição, intervalo de almoço de uma hora sem remuneração, exclusão da participação nos lucros ou resultados (PLR) e jornada flexível.
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Para o presidente do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, Valmir Santana da Paz, a proposta do SPUrbanuss é "vergonhosa" e pode levar os trabalhadores à greve. “Os patrões estão ‘rindo à toa’ com os lucros que terão na exploração do sistema de transporte público da capital paulista, pelos próximos 20 anos. Então, o problema não é a falta de recursos, mas a falta de vontade de conceder o que é direito dos trabalhadores”, disse. A categoria espera que uma nova proposta seja apresentada antes da assembleia de quinta-feira.
Os trabalhadores reivindicam reajuste salarial que recomponha a inflação do período (4,94%), mais aumento real de 3%, vale-refeição de R$ 27, PLR de R$ 2 mil, seguro obrigatório para cobertura de avarias nos veículos causadas por terceiros, garantia de emprego dos cobradores diante das alterações ocorridas na nova licitação – que prevê o fim da função –, entre outros itens. Já foram realizadas quatro reuniões de negociação, sem acordo. A data-base é 1º de maio.
O SPUrbanuss já indicou que pode "judicializar" a campanha salarial dos motoristas e cobradores. “Nossa categoria não se intimida com ameaças e nem foge da guerra para defender seus direitos e empregos. Estamos unidos e preparados para fazer uma paralisação do sistema de transporte por ônibus da cidade de São Paulo a qualquer momento”, garantiu o presidente do sindicato. Na segunda-feira 13, assembleias em garagens das zonas sul e leste atrasaram o início da operação de várias linhas.