“Tiraram minha função, fui descomissionado e transferido para outra unidade para fazer um trabalho repetitivo. Em uma sala minúscula, sem treinamento algum, vendendo produtos por telefone e sendo avaliado só pelas vendas. Tive depressão e síndrome do pânico, e fiquei seis meses afastado. Aí o INSS mandou eu voltar, mesmo sem estar 100% recuperado. Não voltei, acabei pedindo demissão e ainda estou me tratando.”
“Todo dia eu recebia um e-mail com uma nova atribuição e já ficava ansioso. Não almoçava, era um dos primeiros a entrar e dos últimos a sair. Chorava por nada e passei a me sentir improdutivo, fui diagnosticado com Síndrome de Burnout e fiquei dois meses internado.”
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Os depoimentos acima são de bancários da Caixa que adoeceram por conta da “gestão por medo” implementada no banco para justificar descomissionamentos e cortes nos gastos com pessoal. A Caixa, que já alcançou 100 mil empregados, agora tem 85 mil. O resultado é sobrecarga, desvalorizacão, assédio moral e o consequente adoecimento dos trabalhadores. Essa situação é denunciada na cartilha “Gestão pelo Medo”, lançada pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa) e Apcef-SP (Associação de Pessoal da Caixa, de São Paulo).
Veja aqui a cartilha.
Na cartilha, as entidades de representação dos empregados orientam ainda sobre como proceder diante dos abusos e desrespeitos da gestão do banco, entre elas: reunir provas da violência psicológica sofrida, com data, hora, local e nome de testemunhas; procurar ajuda dos colegas que presenciaram; evitar conversar com o agressor sem testemunhas; e buscar orientação psicológica. Além disso, denunciar ao seu sindicato.
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A CCT dos bancários prevê canais de denúncia contra assédio moral, que resguardem o anonimato do denunciante. O do Sindicato dos Bancários de São Paulo pode ser acessado clicando aqui (https://spbancarios.com.br/denuncias). As denúncias são apuradas pelo Sindicato e pelo banco e o banco tem prazo para responder que ações tomará contra o assédio. Não fique só, denuncie.
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