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Chapéu
Homofobia

LGBTs podem avançar em direitos nas eleições deste ano

Linha fina
No Dia Mundial e Nacional de Combate a LGBTfobia, 17 de maio, reflexão sobre como garantir direitos e avançar nas pautas da diversidade é prioridade
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O dia 17 de maio foi escolhido para celebrar a diversidade e contra todos os tipos de preconceitos. A data representa um importante marco internacional e anual para comemorar a decisão da Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde, quando em 1990, retirou a homossexualidade da lista de doenças e distúrbios mentais.

Com a decisão da OMS, o dia 17 de maio tornou-se uma data simbólica para o movimento LGBT, no Brasil e no mundo. Por aqui, só em 04 de junho de 2010, através de um decreto do Presidente da República, reconheceu a data como o Dia Nacional de Combate à Homofobia. 

Embora a militância LGBT esteja organizada em sindicatos, partidos políticos, associações e outros coletivos, entende-se que essa vitória não é de todo completa, haja vista que as pessoas transexuais e travestis ainda são vistas e rotuladas como portadoras de um transtorno psiquiátrico.

Neste sentido, os movimentos sociais ainda travam uma grande luta para que a transexualidade e a travestilidade sejam vistas e entendidas pela medicina, e consequentemente pela sociedade, como naturais e inerentes ao ser humano cujo objetivo que travestis e transexuais sejam tratados com a devida dignidade e o merecido respeito.

Não se pode esquecer que o Brasil amarga vergonhosamente o país mais LGBTfóbico das Américas e o que mais mata travestis no mundo, a impunidade é um ataque a cidadania.

“Se não bastasse este vergonhoso ranking, a violência física, moral e psíquica à população LGBT ainda sofre com a constante supressão de seus direitos humanos mais elementares, direitos essenciais assegurados pelo princípio da dignidade da pessoa humana, consagrado na Constituição Federal de 1988, por vezes desrespeitados por um conservadorismo calcado na sociedade e na política”, analisa o dirigente sindical e coordenador do Coletivo LGBT do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Anderson Pirota.

À exceção de algumas medidas tomadas pelo Judiciário e por governos progressistas que trouxeram o debate à luz, as pessoas LGBTs, no Brasil, estão à mercê da própria sorte, atualmente fruto de um discurso de ódio propagado por um governo de natureza conservadora e míope com a população LGBT, ainda nesta onde conservadora e na construção de uma narrativa perigosa de “hostilizar os indesejáveis”.

“A comunidade LGBT não visualiza um futuro que seja acolhedor e próspero, mas tenebroso e gélido com constantes desrespeitos aos direitos humanos e violações dos princípios democráticos”, prevê Pirota. 

Ele lembra que a data precisa ser comemorada, mas é um momento fértil para uma profunda reflexão sobre o atual momento social e político pelo qual estamos vivendo e das estratégias que os movimentos sociais devem traçar

“Neste ano, teremos eleições para as prefeituras e câmaras municipais, precisamos ficar atentos aos partidos e aos candidatos que pregam a LGBTfobia, a quem eles se associam e as ideias e bandeiras eles levantam, porque um candidato conservador, LGBTfóbico, racista e machista não pode e não deve ganhar espaço no século 21”, diz Anderson Pirota.

“Ainda precisamos estar sempre atentos e vigilantes, porque a qualquer descuido, as conquistas podem ser tombadas, contudo, é fundamental que a população LGBTs se candidatem e disputem as prefeituras e os parlamentos locais, todavia, são profundos conhecedores da realidade do bairro e da cidade.  A participação da população LGBT nos diversos campos de disputas da sociedade é uma forma de resistência, reconhecimento e inclusão, e esse movimento precisa se expandir levando nossas vidas e nossas cores”, finaliza.

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