Um dia depois de o governador paulista, João Doria, e o prefeito da capital, Bruno Covas, ambos do PSDB, anunciarem a flexibilização da quarentena a partir de 1º de junho, a cidade de São Paulo chegou a 92% de ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais municipais. O chefe do Executivo paulistano, no entanto, minimizou a situação, alegando que desde 5 de maio a cidade oscila entre 85% e 92% de ocupação dos leitos de terapia intensiva. E garantindo que a cidade está preparada para flexibilizar a quarentena. “São Paulo fez a lição de casa e por isso pode passar à fase de reabertura”, afirmou, em entrevista coletiva realizada na quinata 28. A reportagem é da Rede Brasil Atual.
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A cidade registrou, até ontem 27, 180 mil casos suspeitos de covid-19, sendo 54,9 mil já confirmados. São 7.396 mortes até agora, 3.777 por casos suspeitos e 3.619 confirmadas. “Continuamos em quarentena. O vírus ainda está aí, não encerrou a circulação. É preciso manter os cuidados para evitar que ocorra o que aconteceu em outras cidades, que reabriram e tiveram crescimento do número de casos”, disse Covas.
Segundo o prefeito, em paralelo ao processo de flexibilização da quarentena, a capital paulista vai receber 300 respiradores do governo estadual e abrir mais 100 leitos de UTI e 240 de enfermaria em três hospitais que serão reabertos, entre eles o Sorocabana, pelo qual o movimento social de saúde luta há anos. A prefeitura ainda vai aplicar 115 mil testes rápidos, nos 96 distritos, para detectar a imunização da população para covid-19.
Protocolos
Covas disse que a partir de 1º de junho os setores econômicos poderão apresentar propostas de reabertura, que segundo ele não será imediata. “Nenhum comércio que não esteja validado na Vigilância Sanitária terá autorização para reabrir”, afirmou. Ainda segundo o prefeito, as empresas devem apresentar um plano de abertura com protocolos de saúde e higiene, testagem de trabalhadores, fiscalização das medidas, comunicação e proteção dos consumidores e funcionários.
Além disso, Covas pediu que as empresas apresentem planos de manutenção do emprego de trabalhadoras que têm filhos, já que as creches e escolas não têm previsão de reabertura. “Os setores privados vão ter de apresentar soluções para as mulheres trabalhadoras, porque sabemos que elas são mais afetadas pela responsabilidade de cuidar dos filhos. Não queremos que a retomada implique em desemprego e mais desigualdade de gênero”, afirmou.
O tucano também disse que a frota de ônibus será readequada conforme a reabertura das empresas for sendo autorizada pela Vigilância Sanitária e que os consórcios que operam o sistema já estão avisados de um aumento iminente de, pelo menos, 2 mil veículos na frota da cidade.