Do luto à luta. Este foi o principal mote dos protestos de empregados da Caixa por todo o país, nesta terça-feira 11, em homenagem aos mais de 423 mil brasileiros vitimados pela Covid-19, entre eles trabalhadores do banco público, que também são vítimas da condução desastrosa da crise sanitária pelo governo Bolsonaro, que desde o início negou a gravidade da pandemia, promoveu e incentivou aglomerações, desdenhou de medidas de proteção como a utilização de máscaras, boicotou medidas de isolamento social e negou a compra de dezenas de milhões de doses de vacinas ainda em 2020.
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Em São Paulo, as atividades foram concentradas no prédio da Caixa no largo da Concórdia, no Brás. No local, respeitando todas as medidas de prevenção e isolamento social, dirigentes do Sindicato e Apcef/SP dialogaram com a população e empregados - colegas de Gerson Scudiero, 61 anos, que trabalhava na Ciope/SP e faleceu em decorrência da Covid-19 no dia 22 de fevereiro - e promoveram um minuto de silêncio em homenagem ao Gerson e todos os demais mortos em decorrência da pandemia. Além disso, atendendo o chamado das entidades representativas, muitos empregados vestiram preto.
Minuto de silêncio no prédio da Caixa, no Largo da Concórdia, em São Paulo
Os empregados, que estão em estado de greve desde o dia 22 de abril, reivindicaram vacina já; medidas mais eficazes de proteção contra a Covid-19; limitação do atendimento aos serviços essenciais, com suspensão da venda de produtos; melhores condições de trabalho; pagamento correto da PLR Social; contratações; e defenderam a Caixa pública e sua função social, que teve a sua importância ainda mais evidenciada com o pagamento do auxílio-emergencial para milhões de brasileiros na pandemia.
Esta pauta de reivindicações também foi apresentada à direção do banco pela CEE/Caixa, em reunião realizada também nesta terça-feira 11.
“As vítimas desta pandemia e da total irresponsabilidade do governo federal em lidar com a crise sanitária não são apenas números. São pais, mães, filhos, amigos, avós, sobrinhos, esposas, maridos, colegas de trabalho. O ato de hoje, em todo o Brasil, foi um chamado para transformar o nosso luto em luta. É um grito de resistência pela vida dos trabalhadores. Somente neste ano já morreram mais empregados da Caixa por Covid-19 do que em todo o ano de 2020. Lutamos por vacina já, mais proteção nos locais de trabalho, auxílio emergencial de R$ 600, em defesa dos nossos direitos e pela valorização do papel social da Caixa, um banco que deve permanecer público para que continue ao lado dos brasileiros nos momentos mais difíceis”, enfatiza o dirigente do Sindicato e empregado da Caixa Renato Perez.
Ação nas redes
Os empregados da Caixa também estiveram mobilizados nas redes sociais, com um tuitaço que levou três hashtags - #EmpregadosCaixaEmLuto, #SomosMaisQueNúmeros e #LutoPelasVítimas - a figurarem entre os cinco assuntos mais comentados do Brasil no Twitter.
Pesquisa
Resultados, ainda parciais, da pesquisa Covid-19 como doença relacionada ao trabalho - que faz um recorte da categoria bancária, e também dos bancários da Caixa - revelam que a maioria dos empregados do banco público que responderam o questionário, que tiveram ou não Covid-19, aponta que no local de trabalho falta ventilação e que há contato próximo com pessoas, menos de dois metros, no trabalho e no transporte.
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Além disso, o número de empregados que relataram falta de máscaras em número suficiente, assim como local adequado para descarte; falta de álcool gel; e falta até mesmo de água e sabão para lavar as mãos à vontade no local de trabalho, é muito significativo.
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