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Chapéu
Dia do Trabalhador

Trabalhadores cobram redução dos juros no primeiro de maio

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Imagem do ato de 1º de maio de 2023 Unificado das Centrais Sindicais, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo

A cobrança pela redução da taxa básica de juros no país deu a tônica na celebração do Dia do Trabalhador realizado pelas centrais sindicais CUT, Força Sindical, CTB, UGT, Intersindical, CSB, Nova Central e Pública neste primeiro de maio, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo (veja no fim do texto a pauta das centrais).

“Este ato é muito importante para todos nós, trabalhadores, porque além de reivindicar emprego e renda, queremos juros mais baixos para podermos consumir. Todo mundo aqui quer ter uma casa própria, comprar nossas coisas. E esses juros estão absurdos. Nós, bancários, temos feito atos no Brasil todo, junto com as centrais sindicais, para cobrar a diminuição dos juros”, afirmou Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.

Ivone também enfatizou a importância de um governo que ouça as demandas dos trabalhadores. “Hoje nós podemos reivindicar. Os trabalhadores podem novamente ir no palácio [do Planalto] reivindicar pautas, e somos recebidos. Isto é democracia. E não existe democracia sem sindicatos.”

Presente no ato das centrais sindicais no Vale do Anhangabaú, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, também criticou a taxa básica de juros, que atualmente está em 13,75% ao ano. “A gente não pode mais viver em um país onde a taxa de juros não controla a inflação. Ela controla, na verdade, o desemprego, porque ela é responsável por uma parte dessa situação que nós vivemos hoje”, afirmou.

O presidente da CUT, Sérgio Nobre, também salientou a urgência da redução da taxa básica de juros determinada pelo Banco Central, que ganhou autonomia em 2021 e atualmente é comandado por Roberto Campos Neto, indicado no governo anterior.

“A gente aprendeu, nesses sete trágicos anos, que a nossa unidade foi fundamental para derrotar o fascismo. Mas a nossa unidade vai ser mais importante ainda para reconstruir o nosso país, que foi destruído por Bolsonaro. Nós precisamos fazer esse país voltar a crescer de forma vigorosa, gerar emprego, que é o que o nosso povo precisa. Precisamos acabar com a fome no nosso país, que tinha acabado no governo Lula. Mas para isso, tem que cair a taxa de juros (…) esse [Roberto] Campos Neto está sabotando o crescimento do país com uma taxa de juros a 13,75%. A partir de amanhã, o movimento sindical estará em campanha permanente pela queda dos juros, condição fundamental para esse país crescer”, afirmou.

Correção da tabela do IR e reajuste do salário mínimo

No domingo 30, o presidente Lula anunciou, em rede nacional de televisão, que salários, aposentadorias e pensões de até R$ 2.640 não pagarão Imposto de Renda após o reajuste. O presidente também anunciou o novo valor do salário mínimo, de R$ 1.320.

“A partir de agora, o valor até R$ 2.640 reais por mês não pagará mais nem um centavo de imposto de renda. E, até o final do meu mandato, a isenção valerá para até R$ 5 mil reais por mês”, afirmou Lula no pronunciamento à nação.

Igualdade de gênero

No ato realizado no Vale do Anhangabaú, o presidente voltou a destacar as medidas anunciadas neste domingo. Também enfatizou o projeto de lei enviado ao Congresso Nacional determinando que mulheres ganhem salário iguais aos dos homens que cumprem a mesma função.

“Pela primeira vez a gente vai garantir de verdade que a mulher tem que ganhar o mesmo salário que o homem, se ela tiver um trabalho igual. Não é possível que depois de tantos milênios de existência da humanidade, a gente ainda trate a mulher como ser inferior. Mandamos esse projeto de lei com urgência urgentíssima para que uma mulher que trabalha em qualquer atividade, se ela tiver fazendo o mesmo serviço que o homem, ela tenha o direito de receber o mesmo salário que o homem recebe.”

Lula também fez uma crítica contundente ao assédio contra as mulheres “Nós precisamos cada vez mais sermos duros ao assédio contra as mulheres. É uma vergonha a falta de respeito com as nossas companheiras mulheres no local de trabalho, no ônibus, no trem, no metrô e inclusive nas piadas. É importante que a gente veja a mulher como semelhante, com os mesmos direitos. Todos nós sabemos que a mulher é muito mais forte, mais corajosa que o homem.”

Trabalhadores de aplicativos

Lula defendeu também a regulamentação para os trabalhadores de aplicativos e garantiu que será respeitada a vontade dos que que quererem seguir como autônomos, sem carteira assinada. Mas enfatizou a necessidade de assegurar proteção previdenciária a estes trabalhadores.

“Muitas vezes o cara não quer assinar a carteira. Não tem problema. Mas o que nós queremos é que a pessoa que trabalha com aplicativo tenha compromisso de seguridade social, porque se ele ficar doente tem que ter cobertura.”

Valorização do salário mínimo

O presidente defendeu ainda a volta da política de valorização do salário mínimo, adotada nos governos anteriores do PT.

“Daqui para frente, o trabalhador receberá, além da inflação, a média do crescimento do PIB, como nós fazíamos quando eu fui presidente até 2010 (…) Quando o salário mínimo aumenta, não é só o trabalhador que ganha. Ganha o comércio. Porque trabalhador, tendo mais direito, compra mais. Comprando mais, o comércio vai gerar emprego, e vai encomendar da indústria. E a indústria vai gerar emprego. A roda da economia começa a girar e todo mundo começa a ganhar. Até os mais ricos ganham com o salário mínimo.”

A pauta das centrais

• Fortalecimento da negociação coletiva
• Mais empregos e renda
• Fim dos juros extorsivos
• Política de valorização do salário mínimo
• Direitos para todos
• Revogação dos marcos regressivos da legislação trabalhista
• Fortalecimento da democracia
• Aposentadoria digna
• Trabalho igual, salário igual (Convenção 156 da OIT)
• Valorização do servidor público (Convenção 151 da OIT)
• Contra o assédio moral, a violência e o racismo
• Revogação do “Novo” Ensino Médio
• Desenvolvimento econômico e social
• Regulamentação do trabalho por aplicativos
• Defesa das empresas públicas

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