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Chapéu
Campanha dos Bancários 2024

Bancários de São Paulo elegem delegados para a 26ª Conferência Nacional dos Bancários

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Imagem mostra a votação que elegeu os 214 delegados que representarão os bancários de São Paulo na 26ª Conferência Nacional dos Bancários

Representantes dos bancários de São Paulo elegeram os 214 delegados que representarão os trabalhadores de bancos do estado na Conferência Nacional dos Bancários, que será realizada entre os dias 7 e 9 de junho, e aprovaram um plano de lutas. A votação ocorreu na capital paulista na tarde deste sábado 25, na 26ª Conferência Estadual da Fetec-CUT/SP, federação que engloba 14 sindicatos paulistas.

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários São Paulo e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, ressaltou a importância do ato unificado das centrais sindicais realizado em Brasília nesta quarta-feira 22, que oficializou a entrega de três documentos construídos de forma coletiva às lideranças do Congresso Nacional, ao STF e ao Governo Federal.

“A marcha foi uma mostra de unidade e de força da classe trabalhadora. A gente tem muita organização e sabe a importância de manter essa unidade. E tenho certeza de que teremos muita capacidade de luta e de resiliência para fazer uma boa campanha salarial. Não vai ser fácil, mas nós somos uma das categorias mais organizadas do mundo, com um comando nacional que consegue organizar sindicatos no Brasil inteiro, discutindo as divergências de forma democrática e conversando sobre as mesmas pautas. Isso faz da categoria bancária um exemplo. Não podemos perder isso de vista”, afirmou.

Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo

“E nesta Campanha Nacional estaremos organizados e unidos para reivindicar aumento real de salário, melhores condições de trabalho, fim do assédio moral, do assédio sexual e das metas abusivas. Vamos reivindicar a semana de 4 dias de trabalho, mais contratações, plano de cargos e salários, trabalho decente e atender melhor a população, mas para conseguirmos isso, é preciso mobilização e organização”, completou Neiva.

Na sua análise de conjuntura, Juvandia Moreira, presidenta da Contraf-CUT e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, enfatizou a importância de politizar o debate com a classe trabalhadora.  

“A pauta de interesse dos trabalhadores está interditada no Congresso Nacional. Nós não temos maioria. Por isso temos de mostrar que o voto é importante. Temos de deixar claro que não podemos eleger qualquer um, porque isso vai repercutir nos direitos dos trabalhadores. Na vida da população. A gente precisa fazer este debate. Nós temos de politizar a classe trabalhadora ou vamos continuar reféns desse projeto liberal de uma elite que não tem compromisso com o país. Uma democracia na qual o 1 % mais rico tem metade da riqueza é uma falácia. E isso precisa ser dito”, afirmou Juvandia, que também é vice-presidenta da CUT.

Resultado do recorte de SP da Consulta Nacional

Durante a conferência foi apresentado o recorte estadual da Consulta Nacional dos Bancários, respondido por 6.952 trabalhadores, de forma espontânea. O questionário elaborado pela Contraf-CUT, aponta as prioridades para a Campanha Nacional dos Bancários em temas como remuneração, questões sociais, saúde e condições de trabalho.

Dentre os dados de maior relevância, 20% dos bancários de São Paulo consideram apontam a manutenção do emprego como de suma importância e 22%, a garantia dos direitos conquistados.

A jornada de quatro dias ocupa o terceiro lugar no ranking de prioridades, com 16%, e o combate ao assédio moral e a defesa da igualdade de oportunidades empatam com 16%. 

O impacto na cobrança de metas segue sendo uma das maiores causas de adoecimento na categoria. No recorte paulista da consulta, 23% se dizem constantemente preocupados com o trabalho, 11% têm sérias dificuldades em conseguir dormir e 9% se sentem totalmente desmotivados a ir trabalhar. Crises de ansiedade e pânico acometem pelo menos 8% dos entrevistados. Na apuração estadual,  28% dos trabalhadores atestam utilizar medicamentos controlados.

Para 34% dos participantes no recorte paulista o aumento real do salário deve ser pauta prioritária da Campanha de 2024. O aumento da PLR fica em segundo lugar para 26% dos bancários e 21% consideram imprescindível o aumento do VA e VR. Em seguida vem o aumento do piso da categoria, com 10%, igualdade salarial, com 5% e o aumento da ajuda de custo para o home office, com 3%. 

Na parte da tarde, o professor da UERJ João Cezar de Castro Rocha participou de uma mesa intitulada “da Guerra Cultural ao Terrorismo Doméstico”.

“A retórica do ódio é a linguagem da extrema direita, mas também porque o ódio, além de ser um aglutinador perverso na engrenagem típica das redes sociais em que há uma disputa feroz pela atenção. Nós somos atraídos pela agressividade, pela violência, pela virulência. O ódio é a moeda corrente do universo digital. E há estudos que mostram que as grandes plataformas ganham dinheiro com a radicalização discursiva. A radicalização é tanto política quanto financeira. Ela permite monetizar as redes. É assim que a extrema direita conquistou o poder. Para combate-la, em primeiro lugar é preciso compreender o mecanismo que permitiu o seu avanço. É preciso também voltar a ocupar as ruas”, destacou o professor.

Os bancários paulistas também aprovaram um plano de lutas:

  • Defesa do Emprego;
  • Lutar pela Saúde e condições de trabalho;
  • Lutar contra a Terceirização; Quarteirização, etc;
  • Em Defesa dos bancos públicos;
  • Em Defesa da Democracia;
  • Pelo apoio a candidaturas nas eleições 2024 que defendam os anseios da classe trabalhadora.

 “Debatemos aqui hoje as propostas dos bancários e bancárias de São Paulo para conferência nacional que vai acontecer a partir do dia 7 de junho. Estamos debatendo propostas para que os trabalhadores tenham mais direitos, para que a gente não perca direitos e para que a gente tenha uma sociedade justa e igualitária. Nós temos uma convenção coletiva de trabalho nacional e isso envolve uma organização muito grande estadual e nacional. Convido a todos a acompanharem os debates também da conferencia nacional onde a gente vai propor a nossa minuta de reivindicação para a nossa categoria e assim preparar o nosso processo negocial com os banqueiros exigindo melhores condições de trabalho, aumento real de salário e uma vida melhor para os bancários e bancárias”, resumiu Aline Molina, presidenta da Fetec-CUT/SP.

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