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Bancos seguem na contramão com demissões

Linha fina
Enquanto a economia brasileira criou quase 60 mil postos formais no mês de maio, setor financeiro demitiu 716 apesar de lucros nas alturas
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São Paulo - Os bancos lucram como nunca, mas demitem como sempre. Ao contrário do verificado no mercado de trabalho como um todo, as instituições financeiras cortaram 3.283 postos de trabalho neste ano. Em maio foram 716 empregos a menos.

Enquanto isso, nos três primeiros meses de 2014, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander lucraram juntos R$ 13,617 bilhões, crescimento de 15 % em relação ao mesmo período do ano passado.

A situação vivida no país é bem diferente. Mesmo com resultado fraco, o mês de maio teve saldo positivo de 58.836 empregos, crescimento de 0,14% em relação ao mês anterior, atingindo 41,1 milhões de empregos com carteira assinada.  Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

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Considerando apenas os bancos múltiplos com carteira comercial – que inclui os cinco maiores (BB, Itaú, Bradesco, Santander e HSBC), mas exclui a Caixa Federal –, o saldo de empregos foi ainda pior: foram extintos 4.680 postos entre janeiro e maio deste ano. A Caixa criou 1.433 novos empregos no mesmo período.

Além de cortar postos de trabalho, os salários oferecidos aos novos funcionários são menores. A remuneração média dos admitidos é 33% menor que a dos dispensados, de acordo com o relatório do Caged.

Entre janeiro e maio, foram dispensados 17.314 bancários com remuneração média de R$ 5.188,23, e admitidos 14.031, cuja remuneração média era de R$ 3.268,95.

Os números ficam ainda mais discrepantes se forem comparadas com outros setores da cadeia produtiva de serviços, na qual os bancos estão inseridos. Muito menos lucrativa, a área de ensino contratou em maio 42.975 pessoas e desligou 33.588 – saldo positivo de 9.387 empregos. De janeiro a maio, o setor de ensino mantém um saldo positivo de 99.785 empregos.


Rodolfo Wrolli – 25/6/2014

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