São Paulo – Enaltecer todas as cores e defender o estado laico. Este é o lema da 21ª Parada do Orgulho LGBT, que toma conta da Avenida Paulista neste domingo 18.
A edição deste ano tem como slogan: “Independente de nossas crenças, nenhuma religião é Lei! Todas e todos por um Estado Laico”. Em nota, a presidenta da Associação da Parada do Orgulho LGBT (APOGLBT), Claudia Regina, explicou a escolha do tema. “No Congresso Nacional, por exemplo, o debate sobre a criminalização da LGBTFobia é repleto de ataques de parlamentares da bancada religiosa e conservadora, muito dos quais utilizando-se de suas imunidades parlamentares para disseminar o ódio a uma parcela da população”.
Para Anderson Pirota, do Coletivo LGBT do Sindicato, a laicidade do estado é um preceito fundamental para o exercício da diversidade. “O estado laico é onde todo mundo pode se manifestar, onde a democracia pode ser exercida. É onde o respeito brota e há espaço para o diálogo”, defendeu.
A programação da parada prevê 19 trios elétricos, com abertura marcada para as 10h. Dentre as atrações estão as cantoras Anitta e Daniela Mercury. Ao final ocorre o show de encerramento com Alice Caymmi, no Vale do Anhangabaú, previsto para começar às 19h.
Esquenta – A preparação para o domingo começa já nesta quinta-feira 15, quando acontece a 17ª Feira Cultural LGBT de São Paulo, no Vale do Anhangabaú. Das 10h às 22h, o local recebe stands para comercialização de produtos como livros, artesanato, acessórios e artes plásticas. A CUT também vai marcar presença, na 11ª tenda, distribuindo materiais informativos sobre LGBTfobia e outras temas correlatos.
“A participação dos trabalhadores é fundamental para sairmos da invisibilidade. É o papel de todos se engajarem nessa luta, principalmente num momento de violação de direitos”, lembrou Pirota.
Na sexta 16 ocorre a 17ª edição do Prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade da APOGLBT. A premiação será às 19h na Academia Paulista de Letras (Largo do Arouche, 324) e homenageará personalidades como as estrelas da música jovem Candy Mel, da Banda Uó, e Liniker, além do Canal das Bee e outras iniciativas. A entrada é gratuita e aberta ao público.
Debate em Brasília – Nesta terça-feira 13, foi realizado o 14º Seminário LGBT do Congresso Nacional. Na ocasião, os participantes criticaram a pauta conservadora e antidemocrática do legislativo e do governo federal, pediram a saída de Temer e a realização de eleições diretas.
“Os artistas, os trabalhadores da cultura e os movimentos sociais estão nas ruas pedindo por diretas já, e essa luta nos diz respeito porque só a democracia pode garantir o avanço da luta da comunidade LGBT por cidadania plena”, declarou o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), autor do requerimento para a realização do evento.
Os participantes abordaram também a retirada, pelo MEC, das expressões "identidade de gênero" e "orientação sexual" da Base Nacional Comum Curricular; e abordaram a questão da violência cometida contra a população LGBT – segundo dados apresentados pela representante do Ministério da Saúde, 24 pessoas LGBT sofrem algum tipo de violência por dia no Brasil.