Em meio aos caos político e econômico, marca registrada do governo de Jair Bolsonaro (PSL) que, sem propostas para aquecer a economia que gere emprego e renda, aposta nas intrigas e pautas conservadoras, o mercado financeiro derrubou a estimativa para o crescimento da economia este ano pela 16ª semana consecutiva.
A reportagem é do Portal CUT.
De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC), divulgado na segunda-feira 17, em Brasília, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – caiu de 1% para 0,93%.
A queda indica que o país pode fechar 2019 em recessão. Os economistas não descartam uma redução do PIB ao final de 2019. E para 2020, a expectativa de crescimento caiu para 2,20% contra a previsão anterior, de 2,23%, registrando o segundo recuo consecutivo. O boletim é feito com base em pesquisa realizada com uma centena de executivos e economistas do mercado financeiro.
Inflação
A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), caiu de 3,89% para 3,84% este ano, na terceira diminuição seguida. A previsão foi mantida em 4% para 2020 e em 3,75% para 2021 e 2022.
A meta de inflação de 2019, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.
Taxa básica de juros
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 6,5% ao ano.
O mercado financeiro reduziu a projeção para a Selic ao final de 2019 de 6,5% ao ano para 5,75% ao ano. Para o fim de 2020, a expectativa para a taxa básica caiu de 7% ao ano para 6,5% ao ano.