Em mesa de negociação realizada nesta quarta-feira 16, a Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e a Caixa discutiram a atualização do protocolo de prevenção Covid-19. A reunião específica para a construção de uma proteção mais efetiva para os trabalhadores era uma cobrança dos representantes dos empregados e das entidades, já que as regras não eram revisadas desde julho de 2020 e o número de casos e mortes entre os empregados aumentaram muito.
Durante a reunião, os representantes dos empregados fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos mais de 80 empregados da Caixa mortos em decorrência da Covid-19.
A Caixa reconheceu que o avanço nos protocolos ocorreu após demanda das entidades, mas representantes dos trabalhadores consideram as medidas anunciadas ainda insuficientes.
Na segunda-feira 14 a direção do banco anunciou alguns reforços, como a testagem em massa dos empregados; a ampliação de orientações internas de prevenção ao contágio e ações de higienização das unidades; acompanhamento emocional e psicológico dos trabalhadores e a manutenção do home office até o dia 30 de setembro.
Essas ações já eram demandas das entidades, algumas sugeridas desde o ano passado. No caso do home office, por exemplo, além de manter esse regime de trabalho, a CEE cobrou a ampliação do grupo de empregados nesta modalidade, já que as novas variantes do vírus podem agravar a doença em pessoas fora do grupo de risco. Embora tenha adotados as medidas, na avaliação dos integrantes da CEE/Caixa, como a aplicação não foi tempestiva, as medidas adotadas agora pelo banco são insuficientes.
Os representantes dos empregados apontaram falhas nas aplicações dos protocolos e cobraram medidas além das anunciadas pela Caixa. Os representantes dos empregados cobraram esclarecimentos sobre o fechamento das agências para higienização, em caso de contaminação de algum empregado ou prestador de serviço. Em algumas unidades a limpeza é realizada com empregados dentro da unidade.
Além da higienização nos casos de contaminação, foi cobrada a limpeza diária das agências. No início da pandemia, a Caixa comunicou que as unidades deveriam passar por, pelo menos, seis limpezas diárias. Na live em que anunciou as novas medidas de proteção, o banco informou que vai ampliar essa medida. Contudo, foi questionado como o banco vai ampliar a higienização se o banco não garantia o cumprimento nem mesmo daquilo que havia se comprometido anteriormente.
Na reunião os participantes definiram que estão suspensas todas as reuniões presenciais, bem como a visitação de clientes.
Convocação de empregados vacinados e grupos de risco
A Comissão também pediu esclarecimentos sobre denúncias de convocação de empregados vacinados contra a Covid-19 e de grupos de risco para o retorno ao trabalho presencial. A Caixa informou que nenhum gestor está autorizado a fazer esta convocação e não há qualquer determinação da empresa nesse sentido.
Mais uma vez a representação dos empregados cobrou uma comunicação explícita da Caixa. “Mais uma vez cobramos que a direção faça a comunicação de maneira clara, pois orientações dúbias ou omissas representam o pior dos caminhos: pavimentam o caminho para uma tragédia, que é a perda de colegas, e ampliam a cadeia de responsabilidades pela perda, que neste caso iria direção do banco até a chefia da unidade, e precisamos evitar isso”, destacou Leonardo Quadros, integrante da CEE/Caixa e presidente da Apcef/SP.
Outra demanda defendida pela CEE/Caixa foi a inclusão no protocolo de proibição de ingresso nas unidades de pessoas infectadas pela Covid-19, já que a falta de clareza no protocolo dá margem para que ocorresse este tipo de situação.
A resposta da Caixa na mesa foi de que o ingresso não deve ser permitido. Contudo, isso não está explícito, exemplificando o que a omissão nas orientações feitas pela empresa pode causar.
Atuação do banco para vacinação dos bancários
A comissão pediu à direção do banco uma atuação mais efetiva da empresa junto ao poder público para que os empregados sejam incluídos nos grupos prioritários da vacinação contra a Covid-19. A Caixa elogiou a iniciativa das entidades em busca da vacinação da categoria, mas se limitou a responder que o apoio da Caixa ocorre no âmbito da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).
Testagem dos empregados
Os integrantes da CEE/Caixa solicitaram o compartilhamento do resultado das testagens com os representantes dos empregados, com objetivo de avaliar a necessidade de novas medidas de proteção. A representação do banco se negou, alegando que as informações estão sujeitas ao sigilo médico.
Aquisição de equipamentos e máscaras adequadas
O fornecimento de máscaras adequadas (N95, PFF2, tripla cirúrgica) para os empregados foi uma das reivindicações da CEE/Caixa. Os integrantes pediram informações sobre os valores disponibilizados às unidades para aquisição destes e de outros equipamentos de proteção. Em resposta, a Caixa informou que não identificou a necessidade de complementar o valor e que a quantia depende da composição das unidades, sem detalhar a evolução da verba. Muitos empregados reclamam da insuficiência do recurso para aquisição das máscaras.
Vacinação H1N1
A comissão solicitou a prorrogação do prazo para reembolso da vacinação contra a gripe, que termina no dia 30 de junho. A Caixa informou que vai estudar a ampliação do prazo. Os representantes também cobraram detalhamento do cronograma de vacinação nas unidades Caixa e nos estabelecimentos dos fornecedores contratados para que as entidades possam reforçar a divulgação para os empregados.
Os representantes dos empregados também cobraram a inclusão dos aposentados na campanha de vacinação, ou a realização de campanha específica para este público, o que traria benefícios para a saúde dos aposentados e contribuiria para reduzir os custos do plano de saúde. A direção do banco disse que iria avaliar a demanda.
Na avaliação da CEE/Caixa, algumas sugestões e questionamentos não foram esclarecidos ou não foram respondidos pelo banco. A Comissão vai solicitar as respostas, por escrito, de todos os tópicos abordados na mesa de negociação.
“As entidades representativas vem fazendo, junto dos empregados da Caixa, atividades nas agências para cobrar mais proteção e vacinação prioritária para os bancários, além de debater questões específico como defesa do Saúde Caixa e do banco público. Os empregados da Caixa precisam se manter informados e mobilizados”, afirma o diretor executivo do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Dionísio Reis.
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