O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região protestou contra a violência às mulheres, e o assédio sexual e moral no Banco do Brasil. O ato ocorreu em frente ao prédio da Super do BB, na avenida Paulista, nesta sexta-feira 24.
“Casos de violência e de assédio sexual são muito frequentes na sociedade, e o Banco do Brasil não é exceção. Por isso protestamos para que a direção da empresa assuma um compromisso sério a fim de coibir estas práticas inaceitáveis dentro da sua estrutura organizacional”, afirma Adriana Ferreira, dirigente sindical e bancária do Banco do Brasil.
Campanha dos Bancários 2022
O protesto desta sexta-feira 24 integra a Campanha Nacional dos Bancários 2022, que busca a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, e do Acordo Coletivo de Trabalho do Banco do Brasil.
A CCT bancária possui cláusulas de combate à violência de gênero, como a 51, que garante à empregada vítima de violência doméstica realocação para outra dependência do banco; ou a 49, que determina que os bancos informem, por meio de comunicado interno, tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher (física, moral, patrimonial, psicológica, sexual e virtual).
Além disso, a cláusula 10ª do Acordo Coletivo de Trabalho específico do Banco do Brasil determina que o banco avalie e trate como prioridade o pedido de alteração do regime de trabalho da funcionária que for vítima de violência doméstica.
“As bancárias do BB possuem garantias contra a violência de gênero na CCT bancária e no ACT do Banco do Brasil. É mais um motivo para que todas as funcionárias da empresa se mobilizem nos seus locais de trabalho e nas redes sociais; e se informem e compartilhem entre os colegas os conteúdos do Sindicato dos Bancários publicados no site e nas redes sociais [veja links abaixo]. Nossa união, organização e mobilização serão fundamentais para que a gente consiga garantir nossos direitos por meio da renovação da CCT e do ACT.”
Adriana Ferreira, dirigente sindical e bancária do Banco do Brasil
Basta! Não irão nos calar
O Sindicato está divulgando nos locais de trabalho o projeto Basta! Não irão nos calar, que busca dar suporte às mulheres vítimas de abuso sexual, assédio moral e sexual, e violência de gênero na relação com seus pares no banco ou na sua vida familiar.
O programa atua no sentido de assegurar medidas de apoio às denunciantes contra possíveis agressores, buscando a devida apuração e punição dos agressores, seja na esfera corporativa, na esfera civil ou penal, com atendimento jurídico gratuito oferecido pelo Sindicato.
Desde sua implantação, o programa atendeu 282 mulheres que sofrem violência de gênero, e foi responsável por 123 medidas protetivas. Nove sindicatos de bancários participam da iniciativa, dentre eles o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região.
O agendamento para atendimento pelo projeto Basta! Não vão nos calar é realizado via Central de Atendimento, por chat, no telefone 3188-5200 e também via WhatsApp, por meio do número 11 97325-7975 (Clique aqui para falar diretamente via WhatsApp).
Convenção 190 da OIT
O movimento sindical bancário integra a luta para que o Brasil ratifique a Convenção 190 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que reconhece que a violência e o assédio moral ou sexual no mundo do trabalho levam à violação dos direitos humanos, são ameaça à igualdade de oportunidades e, por isso, incompatíveis com o trabalho decente.
A Convenção 190 define violência e assédio como comportamentos, práticas ou ameaças que visem e resultem em danos físicos, psicológicos, sexuais ou econômicos para os trabalhadores atingidos. Os países que ratificam a convenção passam a ter responsabilidade de promover um ambiente geral de tolerância zero contra essas atitudes patronais prejudiciais aos trabalhadores.
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