Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Santander

Santander: Contra a terceirização, Sindicato protesta no Quarteirão de Investimentos

Imagem Destaque
André Camorozano fala durante protesto contra terceirização no Quarteirão de Investimentos, concentração bancária do Santander localizada no centro de São Paulo

Na manhã desta segunda-feira, 6 de junho, o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região realizou um protesto no Quarteirão de Investimentos, concentração bancária do Santander localizada no centro de São Paulo, contra a terceirização imposta pelo banco aos funcionários da sua área de investimentos. 

Em evento realizado no dia 31 de maio, o Santander “convidou” bancários do QI para aderirem a um “novo modelo de atendimento”, no qual os trabalhadores seriam “sócios” da empresa. Um discurso bonito para disfarçar o que na verdade chama-se terceirização. Em reunião com o Sindicato, no dia seguinte ao evento, os próprios representantes do banco assumiram que o Santander está terceirizando o setor de investimentos. Todo este processo está sendo conduzido de forma não transparente e sem a necessária negociação com o movimento sindical. 

Os trabalhadores que aderirem ao processo serão demitidos do banco, sem justa causa, e recontratados pela Corretora de Valores, empresa do próprio Grupo Santander. Já os que não aceitarem deverão procurar outra vaga no banco, de acordo com sua qualificação. O Santander pretende finalizar este processo em até 60 dias. 

“Durante o protesto no QI, dialogamos com os bancários, que nos receberam muito bem e estão conscientes que a terceirização trará prejuízos na remuneração e nos direitos. A propaganda que o banco faz é que os trabalhadores serão 'sócios' da empresa, que esse novo modelo de negócio trará vantagens para eles e para os clientes. Porém, isso não passa de um discurso vazio. Sabemos que o banco está fazendo isso justamente para reduzir salários e cortar direitos”

André Camorozano, dirigente do Sindicato e bancário do Santander

“Terceirizados recebem salários menores, cumprem jornadas de trabalho maiores, não usufruem dos direitos clausulados na Convenção Coletiva de Trabalho dos bancários e no Acordo Aditivo dos funcionários do Santander, incluída a PLR negociada com o Sindicato; além de não contarem com uma representação sindical forte como é a da categoria bancária. Inclusive, um dos intuitos do Santander com a terceirização é justamente esse. Retirar trabalhadores da categoria bancária para desmobilizar a luta em defesa dos direitos e por novas conquistas”, acrescenta. 

https://fb.watch/dtVRNHOgfH/

Vai ter luta 

O Sindicato dos Bancários vai lutar pela representação dos trabalhadores do QI e convoca todos os trabalhadores para a luta.

“Nossa luta contra a terceirização da área de investimentos e outras áreas do Santander não encerra-se neste protesto. Essa questão será um dos temas da Campanha dos Bancários 2022, quando renovaremos nossa Convenção Coletiva de Trabalho e o Acordo Aditivo dos funcionários do banco. Não admitimos que um banco como o Santander, que opera como concessão pública e retira quase 30% do seu lucro global da operação no Brasil, aproveite-se de uma janela política para impor redução de direitos e remuneração”, enfatiza o dirigente do Sindicato. 

“Nesta luta contra a precarização das relações de trabalho no Santander também é fundamental que sejam eleitos, em outubro, parlamentares que nos representem, que representem a classe trabalhadora. Temos que eleger deputados e senadores que, uma vez em Brasília, trabalhem para revogar esses ataques sofridos desde o governo Temer, e agravados no governo Bolsonaro, como é o caso da reforma trabalhista e da terceirização irrestrita”, conclui André Camorozano. 

seja socio