Reunião do Sindicato com o Bank of China avança na defesa do emprego e na PPR

Na última segunda-feira, dia 24 de junho, o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região se reuniu com o Bank of China (BoC). O encontro teve como tema a aquisição do China Construction Bank (CCB) e os seus impactos para os trabalhadores.

O presidente do BoC, Zhang Guanghua, participou da reunião juntamente com representantes da diretoria, do jurídico e do RH do banco. Representando o Sindicato, compareceram os dirigentes Diego Carvalho, Katia Miranda e Marcelo Gonçalves.

A preocupação dos empregados do CCB com possíveis demissões foi um dos principais tópicos da reunião. A direção do BoC afirmou que visa realizar investimentos e não pretende realizar desligamentos em massa. Segundo o banco, as demissões ocorridas até o momento foram pontuais e todos os demais profissionais do CCB serão devidamente recebidos em uma nova sede na Avenida Paulista.

Outro tema que vinha preocupando os trabalhadores do CCB que procuravam o Sindicato era o pagamento do PPR (Programa de Participação nos Resultados). O montante pode ser pago até outubro, mas tradicionalmente é antecipado para julho. Após o questionamento do SP Bancários, o BoC garantiu que os valores serão pagos aos empregados no próximo mês.

"Avaliamos a reunião de forma muito positiva. Conseguimos avançar na defesa dos empregos e no pagamento da PPR. Além disso, conseguimos a abertura necessária junto ao banco para que outros importantes temas sejam tratados", analisa Diego Carvalho, dirigente do SP Bancários e um dos negociadores dedicados ao BoC.

PLR

O pagamento da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) é outro tema de interesse dos bancários do CCB. Até o momento, o banco não registrava lucro operacional. Dessa forma, não havia o pagamento da participação. Entretanto, um novo cenário surge com a aquisição por parte do BoC.

Ao ser questionada sobre a PLR, a direção do BoC afirmou que a incorporação de todos os empregados do CCB está prevista para ser concluída em 2026. Segundo o banco, após essa conclusão, as cláusulas de PLR presentes na Convenção Coletiva de Trabalho serão cumpridas. Dessa forma, havendo lucro, o pagamento passaria a ser feito. O Sindicato acompanhará esse processo para que os direitos dos trabalhadores sejam respeitados.

Homologação e CCV

Durante as tratativas, o SP Bancários reivindicou que as homologações dos empregados desligados fossem feitas no Sindicato, com o devido acompanhamento da entidade. Também foi demandada a instauração de uma Comissão de Conciliação Voluntária (CCV), instância que reúne empresa e sindicato visando solucionar problemas trabalhistas sem que o empregado necessite recorrer ao judiciário.

"A homologação no Sindicato e a CCV garantem proteção aos trabalhadores e maior segurança jurídica para as empresas. Por isso, são uma importante bandeira do sindicato. A direção do BoC se comprometeu a avaliar o pleito e nos dar um retorno", explica a dirigente sindical Katia Miranda.

Home Office

Assunto recorrente nas demandas dos empregados, a implementação do trabalho remoto foi debatida junto ao BoC. O banco afirmou estar se estruturando para que negociações sobre o tema possam ser iniciadas futuramente.

O diálogo continua

Marcelo Gonçalves, dirigente do SP Bancários atuante nas negociações com bancos de atacado e digitais, avalia que as tratativas com o BoC e com outras entidades do mesmo perfil estão avançando positivamente.

"Temos experiência nas negociações com esse segmento de bancos. Seguiremos ampliando nosso diálogo com os bancários dessas instituições. Quanto maior a participação desses profissionais, procurando o Sindicato e denunciando eventuais irregularidades, melhores serão os resultados", destaca Marcelo Gonçalves.

O dirigente Diego Carvalho compartilha a mesma avaliação e reforça a importância do contato com os trabalhadores: "Assim que tivermos retorno do BoC, todos serão informados. Por isso, é importante que os bancários acompanhem nossos canais de comunicação e entrem em contato sempre que necessário."