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Chapéu
Fusão entre BoC e CCB

Procurado pelo Sindicato, Bank of China esclarece questionamentos dos empregados

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Arte mostra pontos de interrogação tombados no chão e a logo do Bank of China ao centro

Bancários do Bank of China (BoC) têm procurado o Sindicato com questionamentos e receios sobre a situação deles no banco, após a aquisição do China Construction Bank (CCB) pelo BoC.

O Sindicato, que vem acompanhando o processo desde o início, procurou novamente o banco para esclarecimento das dúvidas dos trabalhadores, que estão apreensivos quanto à possibilidade de demissões, de extinção de departamentos e de que possíveis diferenças salariais entre eles e os funcionários do CCB gerem problemas, além de outros pontos. A reunião com o banco ocorreu no dia 22 de outubro.

Assim como no último encontro com o banco, em junho deste ano, os representantes do BoC reiteraram que não haverá demissões em massa e que futuras decisões só serão tomadas ao final do processo de fusão entre as empresas, em 2026. Mas frisaram que os planos são de expansão da marca e mais investimentos, com atuação em vários nichos de mercado. Ou seja, a ideia é expandir, e não retrair, o que, segundo eles, afasta a possibilidade de demissões em massa.

"Avaliamos como positiva esta segunda reunião com o RH e o Jurídico do Bank of China, com o compromisso do banco no objetivo de realizar investimentos nas equipes tanto do BoC como do CCB, reafirmando o que o banco já havia se comprometido, em junho, com o Sindicato: de não ter demissões em massa com a fusão, o que tem sido cumprido pelo banco, inclusive com todos os bancários do CCB mudando para a sede do BoC, na Paulista", destaca o dirigente Diego Carvalho, negociador designado pelo Sindicato junto ao BoC/CCB.

Diego refere-se a um dos compromissos assumidos pelo BoC na reunião de junho: o de transferir todos os empregados do CCB para a sede do Bank of China, na Paulista. O que de fato ocorreu. “Isso demonstra que o banco tem cumprido com os planos que nos apresentou”, reforça Diego.

Os investimentos anunciados em junho também estão ocorrendo. “O BoC nos informou que os investimentos, com o objetivo de expandir a atuação da instituição, já começaram pela área de TI”, acrescenta.

Outros pontos debatidos

Os dirigentes sindicais questionaram o banco sobre outras questões levantadas pelos bancários.

Convênio médico – Os funcionários do BoC têm dúvidas sobre a manutenção do convênio médico. O RH do banco respondeu ao Sindicato que o convênio será mantido. E que os convênios médicos dos dois bancos permanecerão separados, até que se complete o processo de fusão das duas empresas.

Horário de almoço – os representantes do banco tranquilizaram os funcionários quanto a isso: o BoC seguirá adotando o modelo de 2 horas de almoço sem extensão da jornada.

Plano de carreira – os bancários trouxeram ao Sindicato a reivindicação por um plano de cargos e salários. O RH informou que no início deste ano começaram a implantar um plano de carreira com níveis e regras, e se comprometeu a dar mais transparência e fazer ajustes de melhorias.  

O RH do CCB também participou dessa reunião e destacaram que o banco já tem uma tabela de cargos e salários que poderia ser estendida ao BoC. Os RHs de ambos ficaram de avaliar essa possibilidade.

Notas de desempenho – outra preocupação dos bancários do BoC é com as notas de desempenho, cuja avaliação dos funcionários acaba ficando sob a responsabilidade do gestor imediato. Mas os representantes do banco disseram que há a preocupação de isso ser melhorado.

PLR – quanto à PLR, serão mantidas as regras da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT): se houver lucro, o banco paga a PLR, mas não havendo lucro, não haverá a distribuição. Mas lembraram que a ideia é de investir em crescimento e melhoria dos resultados, com pretensão de crescimento do lucro.

PPR – Sobre o programa próprio de resultados, lembramos que o CCB tem acordo com o Sindicato e que agora se está em processo de renovação desse acordo. Não é o caso do BoC, que hoje paga bônus aos trabalhadores, mas sem regras estabelecidas em acordo. Por isso, os dirigentes propuseram ao BoC que também negocie um acordo de PPR com a entidade, e destacaram que esse acordo poderia proporcionar valores maiores aos trabalhadores. Os representantes do BoC disseram que o assunto será levado à matriz do banco, na China, para avaliação.

Sobre o acordo do CCB, o pagamento da PPR dos trabalhadores, cuja prazo era outubro, foi antecipado a pedido do Sindicato, e foi pago em julho.

"Para nós do Sindicato é importante a celebração de acordos que tragam benefícios aos bancários, como o Programa de Participação nos Resultados (PPR), que estamos renovando com o CCB e queremos levá-lo ao BoC também, assim como estamos no aguardo da confirmação de acordos para homologação no Sindicato e CCV."

Lucimara Malaquias, secretária-geral do Sindicato

Homologação – Os dirigentes voltaram a discutir com o BoC a possibilidade de se fazer a homologação no Sindicato, o que traria maior segurança jurídica aos trabalhadores. E sugeriram também a criação de uma Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) no Sindicato.

Essas sugestões já haviam sido apresentadas pelo Sindicato na reunião de junho, em que estava o presidente do BoC/CCB. Ele gostou das sugestões e as enviou para apreciação da matriz, na China.

Sindicato continua acompanhando

"Permanecemos à disposição dos bancários do BoC e do CCB para as demandas que surgirem, ressaltando nosso compromisso de acompanhar os processos de fusão dos bancos para que resultem em melhorias nas condições de trabalho e na renda dos trabalhadores", ressalta Katia Miranda, diretora do Sindicato, que também participou da reunião.

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