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Moradia na Copa do Povo é aprovada

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PL 209/2011, do vereador Police Neto, trata do ‘retrofit’ na capital, a mudança de uso de prédios que não cumprem função social. MTST comemora decisão
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São Paulo – A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na segunda-feira 30, por 41 votos a favor e três contra, o Projeto de Lei 209/2011, do vereador Police Neto (PSD), que possibilita a construção de moradias no terreno onde está instalada a ocupação Copa do Povo, coordenada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), em Itaquera, na zona leste da cidade. Militantes do movimento, acampados desde o dia 24 diante da Câmara, comemoraram a aprovação com confetes, rojões, gritos e buzinas.

O projeto não lida especificamente sobre a ocupação, mas trata do retrofit social: adequação de prédios desocupados que eram originalmente destinados a atividades comerciais ou que não tinham condições de segurança para abrigar famílias, por exemplo, em moradias populares. Os artigos que abordam a ocupação Copa do Povo foram incluídos depois de um acordo entre o PT, partido do prefeito Fernando Haddad, e Police Neto, cujo partido é da base do governo, mas tem estado alinhado à oposição em diversas ocasiões.

Embora muitos técnicos afirmem que as dificuldades de adaptação em padrões de segurança e instalação fazem com que o retrofit seja mais caro do que a demolição e reconstrução, Police Neto defende que a aprovação do projeto era fundamental para baratear a cidade e aumentar espaços de moradias populares na área central, a mais bem servida de infraestrutura e serviços na cidade.

Votaram contra o projeto os vereadores tucanos Coronel Camilo, Patrícia Bezerra e Aurélio Nomura. Camilo afirmou que seu voto se justificava por ele ser “contra qualquer tipo de invasão”. Gilson Barreto, também tucano, se absteve. O PSDB tem nove parlamentares na casa. O partido prometeu apresentar um projeto de lei para impedir que pessoas que participam de ocupações sejam atendidas em programas habitacionais municipais.

A área da Copa do Povo, de 150 mil metros quadrados, foi ocupada em 2 de maio. Mais de 4 mil pessoas vivem em barracas no local deste então. Antes, o terreno privado estava abandonado. Demarcado como ZPI na legislação municipal, o terreno recolhe tributos como zona rural. A Viver Incorporadora, proprietária da área, paga por ano apenas R$ 57 à União.


Gisele Brito, da Rede Brasil Atual – 1/7/2014

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