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Moeda social da zona sul será digital

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Banco Comunitário União Sampaio, que funciona há seis anos em São Paulo, lança na sexta-feira versão digital do Sampaio em evento com transmissão ao vivo pelo web
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São Paulo – Em todo o Brasil há pelo menos 103 moedas sociais, que são geridas por bancos comunitários criados por moradores de periferias, quilombos, aldeias indígenas e assentamentos de reforma agrária. O objetivo é fortalecer a economia local. Entre essas moedas está a sampaio, “dinheiro” que circula no Jardim Maria Sampaio, bairro da zona sul de São Paulo, desde 2009. A moeda alternativa que funcionava por meio de cédulas agora ganha versão digital, o e-dinheiro, que funcionará através de um aplicativo para celular.

A moeda social busca beneficiar quem produz no local onde mora e tudo gira em torno da economia solidária. Por exemplo, a costureira que confecciona roupas e vende para moradores do bairro pode aceitar a moeda local, o que faz a economia gerar na mesma área, uma vez que essa moeda que ela recebeu do cliente será aceita somente naquela região no açougue, na ótica, no mercado e em outros comércios locais. Mas, para a costureira comprar sua matéria prima, o banco comunitário concede empréstimo em real. Depois, é possível pagar em sampaio, já que ela receberá de seus clientes dessa forma, e ainda quitar o empréstimo sem juros.

Origem – Foi em Fortaleza que nasceu essa ideia. O primeiro banco do tipo é o Palmas, criado em 1998 no Conjunto Palmeiras, bairro pobre cearense. Na ocasião, foi constatado que os 25 moradores da comunidade consumiam R$ 1,2 milhão por mês, mas 80% desse montante era gasto fora da região. Com a criação da moeda social, o cenário se inverteu: 15 anos depois, 80% dos gastos com consumo acontecem na própria comunidade.

Acompanhe ao vivo – O e-dinheiro sampaio será lançado durante o evento em comemoração ao aniversário do Banco Comunitário União Sampaio. Será realizado um debate com transmissão ao vivo pela Pós TV (www.postv.org) na sexta-feira 24, às 19h.

Estão confirmadas as presenças do secretário nacional de Economia Solidária, Paul Singer, o economista Ladislau Dowbor, e Neide de Fátima Martins Abati, presidenta do Ponto de Cultura União Popular de Mulheres do Campo Limpo e Adjacências. A conversa será mediada por Rafael Mesquita, do Banco Comunitário União Sampaio.


Redação, com informações do site Periferia em Movimento – 23/7/2015
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