Com 165.996 acidentes de trabalho no ano de 2017, o estado de São Paulo registrou 447 mortes, ou uma morte a cada 20 horas, em média. O cálculo é do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho, mantido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A reportagem é da Rede Brasil Atual.
Com base nos dados disponíveis, o Observatório projetou para o primeiro semestre deste ano mais de 100 mil acidentes e um gasto aproximado, em benefícios previdenciários, de R$ 2,4 bilhões.
De 2012 a 2017, foram 1,129 milhão de acidentes no estado – um a cada 2 minutos e 47 segundos. Os mais frequentes, segundo o MPT, foram cortes, lacerações e puncturas (relacionado a perfuração), além de contusões, esmagamento e fratura.
Apenas a cidade de São Paulo tem 297 mil casos de 2012 a 2017. Em seguida, vêm Campinas (30.740), São Bernardo do Campo (30.470), São José do Rio Preto (25.814) e São José dos Campos (22.802).
Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social, em 2016, último dado disponível, foram registrados no INSS 578.935 acidentes, ante 622.379 no ano anterior. Em São Paulo, foram 198.354.
Para o diretor de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Carlos Damarindo, essa queda nos números estatísticos chama atenção para três situações importantes e que não foram abordadas.
"A primeira é que dificilmente um trabalhador que se acidenta, independente da profissão, terá seu benefício deferido no INSS ou não será registrado qualquer tipo de notificação. A segunda é sobre a informalidade dos trabalhadores que vem crescendo nos últimos anos e sem registro em carteira, eles acabam ficando descobertos pelo INSS. E, por último, a tal reforma trabalhista que não surtiu efeito e a cada mês, o número de desempregados só aumentam fazendo diminuir assim, o número de acidentes de trabalho", afirma.