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Metade dos empregos criados em junho é sem carteira

Linha fina
Taxa de desemprego teve pequeno recuo no mês, para 17%, com estimativa de 1,883 milhão de desempregados. Tempo de procura por trabalho segue alto: 50 semanas
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Foto: Oswaldo Corneti/ Fotos Públicas

A taxa média de desemprego na região metropolitana de São Paulo teve ligeiro recuo de maio para junho, passando de 17,4% para 17%, segundo a pesquisa da Fundação Seade e do Dieese. Também está abaixo de junho de 2017 (18,6%). Mas exatamente metade dos postos de trabalho abertos refere-se a empregos sem carteira assinada. Um comportamento que pode estar associado ao "grau de incerteza que domina o cenário político e econômico pelo qual atravessa o país", diz o coordenador da pesquisa, Alexandre Loloian, do Seade.

A reportagem é da Rede Brasil Atual.

O número de desempregados foi estimado em 1,883 milhão, 31 mil a menos do que em maio. Foram abertas 110 mil vagas (crescimento de 1,2%), enquanto 79 mil pessoas (mais 0,7%) entraram na população economicamente ativa (PEA). Dessas 110 mil, 55 mil foram empregos no setor privado sem carteira, uma expansão de 8,1%. Já o emprego com carteira praticamente não variou (13 mil, 0,3%). Também houve alta no emprego doméstico (1,2%), caracterizado por menor remuneração e maior informalidade, e no segmento "outros" (4,3%), que inclui empregadores, pequenos negócios e autônomos.

O tempo médio de procura por trabalho na Grande São Paulo segue alto: 50 semanas, praticamente um ano.

O comportamento do mercado de trabalho varia conforme a área analisada. No município de São Paulo, a taxa de desemprego diminuiu de 16,8% para 16,3%, enquanto na sub-região leste (Guarulhos, Mogi das Cruzes e outros municípios) passou de 20,6% para 19,7%. A pesquisa apontou alta na sub-região sudeste, que inclui o Grande ABC: de 16,3% para 17%.

Entre os setores, a indústria de transformação criou 81 mil postos de trabalho em junho, alta de 6%, e os serviços abriram 47 mil (0,9%). Mais 7 mil vieram da construção (1,1%). Comércio/reparação de veículos fechou 8 mil (-0,5%).

De abril para maio (nesse item, considera-se o mês anterior), o rendimento médio dos ocupados cresceu 0,7%, estimado em R$ 2.094. A massa de rendimento ficou praticamente estável.  

Na comparação com junho de 2017, a região metropolitana tem 194 mil desempregados a menos (-9,3%), resultado da criação de 105 mil vagas (1,2%) e da saída de 89 mil pessoas (-0,8% da PEA). Nessa base de comparação, crescem o emprego com carteira e o doméstico. E o rendimento médio dos ocupados sobe 1,9%.

 

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