De olho no recesso parlamentar, que começa no próximo dia 18, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), afirmou nos bastidores e para a impressa que a ideia é aprovar em dois turnos a PEC 006/2019, da reforma da Previdência, até a próxima sexta-feira 12.
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Mesmo com pressão de lideranças de partidos de oposição, das centrais sindicais e dos movimentos sociais, há uma força tarefa para aprovar a PEC nesta quarta-feira 10. Além da pressão nos gabinetes, às 14 horas está previsto um ato contra a reforma da Previdência aos redores do Congresso Nacional.
Segundo o portal da Câmara, Rodrigo Maia afirmou que a votação do texto principal da reforma da Previdência (PEC 6/19) terá início ainda nesta quarta-feira 10, e que é possível terminar a votação dos dois turnos até sexta-feira 12. Para ser aprovado, o texto precisa dos votos favoráveis de 308 deputados em cada turno, para ser enviado ao Senado.
Os deputados federais já iniciaram a discussão da matéria; acompanhe ao vivo pelo site da Câmara. Ou abaixo:
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) destaca que a proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro não combate privilégios, atinge apenas os mais pobres, reduz aposentadoria da mulher, mexe nas pensões, altera a idade para aposentadoria do trabalhador rural e dos professores.
Discussão da matéria na terça 9
Com pouco mais de três horas de debate e com denúncia de compra de votos, o governo passou o rolo compressor e encerrou, na noite de terça-feira 9, a discussão da proposta de Reforma da Previdência (PEC 06/2019).
Não adiantou a obstrução da oposição ou os pedidos de retirada da proposta da pauta. Pouco depois da meia noite e meia por 353 a 118 votos foi aprovado o encerramento da discussão da proposta que vai inviabilizar a aposentadoria de milhões de brasileiros. Veja como votaram os deputados por partido.
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Com esta votação, Rodrigo Maia afirmou nos bastidores que já tem os 308 votos necessários para mudar a Constituição, mas lideranças de partidos, da CUT e demais centrais falam que não é certeza sobre os votos.
Mobilização
Em frente ao Congresso, centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais estão mobilizados desde o começo da votação para pressionar os parlamentares para rejeitar a proposta.
"Pode ter certeza que lutaremos até o fim, e que não iremos eleger os deputados que votarem por esta reforma. Na época da reforma trabalhista, do Michel Temer, muitos deputados que votaram sim não voltaram para cá. Não vamos votar em nenhum deles, vamos colocar seu nome nas redes sociais, denunciá-los como traidores da classe trabalhadora e eles não mais voltarão para a Câmara dos Deputados", disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que participa da manifestação em frente ao Congresso.
Dia 12
A CUT e demais centrais sindicais estão organizando um ato Nacional em defesa da aposentadoria em Brasília, junto com a União Nacional dos Estudantes (UNE).