
Defender a soberania nacional dos ataques de Donald Trump e da família Bolsonaro! Com esse objetivo unitário, diferentes entidades da sociedade civil se reuniram na manhã desta sexta-feira, dia 25, para o lançamento da Carta em Defesa da Soberania Nacional. O ato foi realizado no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, centro de São Paulo.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, juntamente com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e outras entidades sindicais, marcou presença no lançamento. Chico Pugliesi, secretário de Relações Sindicais e Sociais do Sindicato, esteve presente no ato desta sexta-feira. Segundo o dirigente, a participação da entidade nesta iniciativa está em linha com o seu histórico centenário na defesa da democracia e dos interesses nacionais.
"O Sindicato não se omite neste momento de ataque ao nosso país. Hoje nos unimos aos participantes da Carta em Defesa da Soberania Nacional para dar um recado forte ao presidente Donald Trump e à família de covardes lesa pátria de Bolsonaro: o Brasil é dos brasileiros", ressalta Pugliesi.
Durante o lançamento, as entidades e autoridades participantes denunciaram o desrespeito do presidente estadunidense à soberania do Brasil e do seu sistema judiciário. Instigado pela conspiração da família Bolsonaro, Donald Trump tenta livrar o ex-presidente da cadeia chantageando o Brasil com tarifas de 50% em seus produtos.
"Repudiamos toda e qualquer forma de intervenção, intimidação ou admoestação, que busque subordinar nossa liberdade como nação democrática", diz um trecho da carta. "Intromissões estranhas à ordem jurídica nacional são inadmissíveis."
Confira a íntegra da carta, conheça as entidades participantes e deixe sua assinatura em apoio.
Pix sob ataque
Não é apenas o judiciário brasileiro que está na mira dos ataques de Donald Trump. Logo após anunciar tarifas de 50% em defesa de Jair Bolsonaro, o governo estadunidense abriu uma investigação comercial que, entre outros alvos, inclui o Pix.
Em documento divulgado no dia 15 de julho, o escritório do USTR (Representante Comercial dos Estados Unidos) afirma que o Brasil "parece se envolver em uma série de práticas desleais com relação a serviços de pagamento eletrônico, incluindo, entre outras, aproveitar seus serviços de pagamento eletrônico desenvolvidos pelo governo".
O Pix se consolidou como concorrente das empresas estadunidenses Visa, Mastercard e Amex, uma vez que se popularizou como forma de pagamento simples, rápido e livre de taxas. Além disso, a adesão massiva ao Pix comprometeu os planos da Meta com o WhatsApp Pay, serviço de transações lançado no aplicativo de mensagens em 2020.
Referência de democracia
Em meio a tantos ataques contra sua democracia e soberania, o Brasil foi elogiado pelo cientista político Steven Levitsky, autor do best-seller “Como as Democracias Morrem” e professor da Universidade de Harvard.
Em entrevista à BBC News Brasil, na segunda-feira (21), Levitsky elogiou a atuação do Brasil em relação à ameaça de golpe orquestrada pela família Bolsonaro e apoiadores. Ele afirmou que o país lidou melhor com a situação do que os Estados Unidos em cenário similar (a invasão do Capitólio incentivada por Donald Trump, após perder a eleição, em 2021).
"Acho que hoje o Brasil é um sistema mais democrático do que os Estados Unidos. Esse pode não ser o caso daqui a um ano, mas hoje as instituições brasileiras estão funcionando melhor", disse Levitsky.
