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Mortalidade infantil cai 75,8% em 30 anos

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Dados são de pesquisa do IBGE que aponta queda como consequência de programas de prevenção do governo federal e ONGs
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Rio de Janeiro – A mortalidade infantil no Brasil caiu 75,8% em 30 anos. Segundo a pesquisa Tábuas de Mortalidade 2010 – Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação, divulgada nesta sexta-feira 2 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 1980 a proporção de mortes era de 69,1 por mil nascidos vivos. Isso caiu para 16,7 por mil, em 2010. A redução ocorreu em todas as regiões do país.

Na avaliação do Instituto, isso é resultado concreto de ações governamentais e não governamentais no campo da saúde e reflete as condições de vida da população. “Aleitamento materno, melhoria nas condições de saneamento básico e higiene pública, campanhas de vacinação, maior acesso da população aos serviços de saúde, maior escolaridade da mãe e política de assistência básica às gestantes são programas que efetivamente têm forte impacto na diminuição da mortalidade infantil e infanto-juvenil”, explicou o gerente de Componentes de Dinâmica Demográfica do IBGE, Fernando Albuquerque.

A região Nordeste foi a que apresentou o maior declínio: para cada mil crianças nascidas em 1980, 120 não completariam o quinto ano de vida. Já em 2010, apenas 26 não chegariam aos 5 anos. “Foi uma redução muito forte. Deixaram de morrer 94 crianças, aproximadamente, que nasciam e não completariam o quinto ano de vida”, ressaltou o gerente.

Albuquerque informou que a mortalidade infantil pode ser desmembrada em neonatal (referente ao primeiro mês de vida) e a pós-neonatal (do primeiro mês ao primeiro ano de vida). Na fase pós-neonatal, a mortalidade está associada a fatores sociais e econômicos. Já na fase neonatal, ocorre por problemas congênitos ou genéticos. “No caso da mortalidade pós-neonatal as causas são mais fáceis de se combater, pois são relacionadas a fatores sociais e econômicos, que estão melhorando no Brasil”, reforçou.

A pesquisa mostra ainda que o padrão de mortalidade do brasileiro entre 1980 e 2010 caiu em todas as idades, sem concentração em um grupo etário específico. “A diminuição da mortalidade atingiu tanto a base, como o meio e o topo da pirâmide etária”, disse Albuquerque.

O gerente lembra, entretanto, que o país ainda está longe dos níveis de mortalidade de regiões mais desenvolvidas do mundo. Enquanto no Brasil a mortalidade está em torno de 16 óbitos em menores de um ano para cada mil nascidos vivos, em países da Europa, a taxa é quatro óbitos por mil.

“Diminuímos muito, mas continuamos um pouco distante das regiões mais desenvolvidas. Então a velocidade com que esses programas são aplicados deve continuar para nos aproximarmos dos níveis de regiões mais desenvolvidas”, analisou.


Cristina Indio do Brasil, da Agência Brasil, com edição da Redação – 2/8/2013

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