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CNV pede explicação sobre sindicâncias dos militares

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Comissão Nacional da Verdade quer saber se Ministério da Defesa e Forças Armadas confirmam conclusões de que não houve desvio de finalidade no uso das instalações
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São Paulo - A Comissão Nacional da Verdade (CNV) enviou na quarta 13 ao Ministério da Defesa um pedido de esclarecimento sobre as informações e conclusões produzidas pelos comandos do Exército, da Força Aérea e da Marinha nos relatórios das sindicâncias encaminhadas pelas Forças Armadas à CNV em 17 de junho deste ano. As sindicâncias concluíram que não houve desvio de finalidade no uso das instalações e omitem a ocorrência de tortura e morte nas dependências militares.

No documento, a CNV requer que o Ministério da Defesa e as Forças Armadas esclareçam se confirmam ou negam as informações sobre graves violações de direitos humanos apresentadas em fevereiro deste ano pela Comissão Nacional da Verdade no relatório em que requereu a abertura das sindicâncias. Estas violações já foram reconhecidas pelo Estado Brasileiro por meio da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) e pela Comissão de Anistia.

No pedido de esclarecimentos ao Ministério da Defesa, assinado por todos os membros da CNV, é salientado que, ao negarem o desvio de finalidade no uso de suas instalações, as Forças Armadas foram não somente omissas em relação ao relatório da CNV, mas também ignoraram os atos formais de reconhecimento da responsabilidade do Estado Brasileiro nessas violações, emitidos pela CEMDP e pela Comissão de Anistia, nas quais os militares têm representantes e a possibilidade de exercer o contraditório.

> Leia o ofício enviado ao Ministério da Defesa

Relatório - As sindicâncias foram solicitadas pela CNV em 18 de fevereiro deste ano. Junto com o ofício, a Comissão Nacional da Verdade enviou um relatório detalhado apontando 24 casos documentados de graves violações de direitos humanos ocorridas em sete instalações militares das três forças, localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Pernambuco e Minas Gerais.

> Leia ofício em que foram pedidas as sindicâncias
> Leia relatório com violações de direitos humanos nas instalações das Forças Armadas

No dia 1º de abril, o Ministério da Defesa comunicou a CNV que as Forças Armadas haviam decidido instaurar as sindicâncias solicitadas.

Em 17 de junho chegaram as respostas das Forças Armadas que, em suma, negaram ter havido qualquer desvio de finalidade quanto ao uso das instalações apontadas no relatório.

A CNV divulgou as respostas das Forças Armadas (veja aqui) e, em julho, deplorou o resultado apresentado (veja aqui).


Comissão Nacional da Verdade - 14/8/2014

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