São Paulo – Os delegados sindicais da Caixa têm um importante compromisso no dia 23. Nessa data será realizada uma reunião no auditório azul da sede do Sindicato (Rua São Bento, 413, Centro, São Paulo), às 9h30, para debater os impactos da reforma trabalhista para a sociedade brasileira. Na ocasião, técnicos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) apresentarão, sob um ponto de vista técnico, os riscos do desmonte da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) para a classe trabalhadora.
“É muito importante que todos os delegados sindicais participem. A Caixa não vai abrir mão de tentar implementar os aspectos mais perversos da reforma na instituição. Temos de estar preparados para lutar contra isso, em defesa dos nossos empregos e direitos, informando e mobilizando os colegas em agências e departamentos. E, para isso, os delegados sindicais têm papel fundamental. São eles que fazem a ponte entre o Sindicato e os empregados nos locais de trabalho”, destaca o dirigente sindical e bancário da Caixa Sérgio Anaz.
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“A grande mídia, alinhada com os interesses dos setores mais ricos da sociedade, apresenta a reforma trabalhista como algo positivo, como uma modernização que vai gerar empregos. Porém, quando analisamos a reforma do ponto de vista técnico, fica evidente que as mudanças não vão aumentar o número de vagas, mas sim precarizar as relações de trabalho. Para contrapor o discurso da grande mídia nos locais de trabalho é necessário que os delegados estejam munidos de argumentos técnicos”, acrescenta.
O dirigente lembra ainda que o Comando Nacional dos Bancários entregou à Fenaban (federação dos bancos) um documento, aprovado na 19ª Conferência Nacional, para a construção de um termo de compromisso em defesa dos empregos e contra a retirada de direitos dos trabalhadores. A Fenaban informou que precisa de um tempo para avaliar o documento e vai retornar ao Comando.
“O termo de compromisso visa assegurar as conquistas da categoria bancária, vetando a contratação de terceirizados em atividades fim e temporários, entre outros atos nocivos incluídos na reforma. Para que os bancos assinem o termo, é necessário que os bancários participem desta luta ao lado do Sindicato”, diz Sérgio.
Além de debater a reforma trabalhista, a reunião de delegados sindicais da Caixa também abordará a verticalização, o GDP (Gestão de Desempenho Profissional) e Saúde Caixa.
Eleições complementares – A superlotação das agências da Caixa com o pagamento das contas inativas do FGTS, aliada à falta de empregados, atrapalhou as eleições de delegados sindicais, realizadas entre 26 de junho e 7 de julho, e algumas unidades acabaram ficando sem representantes.
Por isso, o Sindicato abriu processo eleitoral complementar, com inscrições de candidatos entre os dias 14 e 18, e novo período de votação entre 28 de agosto e 1º de setembro. Para se candidatar é preciso ser sindicalizado (basta preencher a ficha de inscrição). Mas todos os empregados, inclusive os não sindicalizados, podem votar.
Estão mantidos os mandatos dos delegados já eleitos, que tomaram posse em 13 de julho.