Em artigo publicado no portal Brasil 247, a presidenta do Sindicato, Ivone Silva, comenta a proposta da Fenaban, já rejeitada em assembleia, de reajustar salários e demais verbas como PLR, VA e VR, apenas pela inflação (INPC), sem aumento real, por quatro anos consecutivos.
> Faça a sua sindicalização e fortaleça a luta em defesa dos direitos dos bancários
Leia abaixo a íntegra do artigo:
Após seis rodadas de negociação com os bancários, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentou uma proposta econômica somente com a reposição da inflação para os trabalhadores.
No balanço dos reajustes salariais do primeiro semestre deste ano, 78,8% das categorias tiveram reajuste acima da inflação. E a proporção de reajustes acima do INPC em 2018 foi maior do que em 2017 (2,8% e 5,0%, respectivamente). O setor mais lucrativo do país não pode tratar assim seus trabalhadores.
Enquanto oferecem zero de aumento real para os trabalhadores, cobram taxas de juros absurdas dos clientes, com cheque especial a 305% ao ano e 292% ao ano no rotativo do cartão de crédito. Lucraram R$ 80 bilhões em 2017 em plena crise econômica e fecham milhares de postos de trabalho e agências bancárias.
A partir de 2012, pelos dados do CAGED, o saldo de empregos no setor tem sido sistematicamente negativo, acumulando 57.045 postos de trabalho a menos entre janeiro de 2012 e junho de 2018, o que representa uma redução de 11,5% na categoria neste período.
Além disso, a movimentação de admitidos e desligados no setor bancário tem impactos negativos na remuneração média e na massa salarial do setor. No primeiro semestre de 2018, por exemplo, o salário médio daqueles que entravam nos bancos correspondia a apenas 64% do salário médio daqueles que eram desligados.
O período de redução do emprego bancário não foi caracterizado por uma redução no resultado das empresas do setor. Pelo contrário, o Lucro Líquido dos maiores bancos atuantes no país tiveram uma variação real positiva de 12% entre 2012 e 2017. E o volume de atividades das empresas também apresentou crescimento: a carteira de crédito cresceu 25% acima da inflação nesse período e o número de clientes com conta corrente e conta poupança apresentou alta de 9% e 31%, respectivamente.
Os bancários não aceitam retrocessos. Em assembleia lotada, trabalhadores rejeitaram a proposta dos banqueiros. Participaremos do Dia do Basta, nesta sexta-feira (10), contra a retirada de direitos. No dia 15 de agosto, os trabalhadores aprovaram em assembleia a participação nos protesto contra as resoluções 22 e 23 da CGPAR que aniquilam os planos de saúde de empresas públicas, e em defesa dos bancos públicos, em frente ao Ministério do Planejamento, em Brasília.
No dia 17 de agosto estaremos reunidos com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Esperamos que os bancos tenham mais responsabilidade social e resolvam a Campanha na mesa de negociações. #TodosPorDireitos
Veja como foram as negociações anteriores com a Fenaban
> 1ª rodada: Bancos frustram na primeira rodada de negociação
> 2ª rodada: Calendário de negociações foi definido
> 3ª rodada: Categoria adoece, mas Fenaban não apresenta proposta
> 4 rodada: Em mesa de emprego, bancos não se comprometem contra contratações precárias
> 5ª rodada: Bancos não apresentam proposta
Saiba como foram as negociações com o Banco do Brasil
> 1ª rodada: BB mostra disposição para negociar com funcionários
> 2ª rodada: Segunda mesa com BB define abrangência do acordo
> 3ª rodada: Terceira negociação com BB traz poucos avanços
> 4ª rodada: Banco do Brasil propõe reduzir prazo de descomissionamento e não avança na pauta
> 5ª rodada: Mesa de negociação com BB fica zerada na pauta econômica
> 6ª rodada: BB apresenta proposta insuficiente e incompleta
Veja como foram as negociações anteriores com a Caixa:
> 1ª rodada: Empregados e Caixa definem calendário de negociação
> 2ª rodada: Direção da Caixa não garante direitos dos empregados
> 3ª rodada: Governo quer impor o fim do Saúde Caixa
> 4ª rodada: Caixa não avança nas negociações
> 5ª rodada: Caixa apresenta proposta inaceitável