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Sindicato questiona mudança de regras nos ambulatórios

Linha fina
Santander criou programa Seu Médico, que propõe ao trabalhador que faça acompanhamento médico com profissionais ligados à instituição, com pagamento de coparticipação em atendimentos de especialidades e exames; Sindicato reivindica não cobrança de serviços em ambulatórios internos e esclarecimentos
Imagem Destaque
Bru-nO / Pixabay

O Santander mudou as regras de atendimento médico nos ambulatórios internos. Em convênio com o Sírio Libanês Saúde Corporativa, o banco disponibiliza aos seus funcionários a possibilidade de acompanhamento médico, incluindo especialidades e exames ambulatoriais, com profissionais ligados à instituição, nos ambulatórios do Casa 1, Casa 3, Torre e Vila Santander. Todos os trabalhadores, inclusive de agências, poderão usufruir do atendimento, mas será cobrada a coparticipação de acordo com os percentuais previstos nos planos de saúde. Independente do seu plano de saúde cobrir ou não o atendimento pelo Sirio Libanês, o funcionário poderá fazer uso dos serviços disponibilizados nos ambulatórios.  

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O Sindicato, em reunião com o banco, reivindicou que não se cobre coparticipação - fixada em 25% para as primeiras 5 consultas do ano e 30% para as demais, sem teto - para qualquer serviço médico prestado internamente, nos ambulatórios dos centros administrativos.

“O trabalhador, sendo atendido dentro da unidade de trabalho, resultará em benefícios também para o empregador, pois haverá redução de absenteísmo. Enquanto lucra como nunca, em 2017 teve o maior lucro da sua história no Brasil, o Santander está progressivamente transferindo os custos com a saúde para os trabalhadores”, enfatiza a diretora do Sindicato e bancária do Santander, Rita Berlofa.

O banco ficou de analisar essa e outras reivindicações levantadas pelo Sindicato e dar retorno até a próxima sexta-feira 17.

Emergências

Uma grande preocupação dos dirigentes sindicais em relação às mudanças no atendimento dos ambulatórios são as situações de emergência.

“Antes da mudança, qualquer trabalhador direto ou terceirizado que passasse mal, ia até o ambulatório e era atendido, orientado e, se necessário, encaminhado para hospital. Nunca teve que pagar nada. A direção do banco precisa garantir que esses atendimentos continuarão sendo prestados sem custo e que todos os trabalhadores serão atendidos igualmente” alerta a também diretora do Sindicato e bancária do Santander, Vera Marchioni.

Conflito de interesses

O Sindicato vê com preocupação um possível conflito de interesses no fato de um mesmo médico realizar o acompanhamento do trabalhador e os exames periódicos. No periódico, o médico tem o papel não só de constatar e dar encaminhamento para possíveis enfermidades, mas também de sugerir mudanças na rotina do trabalhador e da empresa para preservar a saúde dos funcionários. “Não é uma relação isenta de conflitos”, pondera a diretora do Sindicato e bancária do Santander, Maria Rosani.

Desligados

Outra questão levantada pelos dirigentes do Sindicato em relação às mudanças nos ambulatórios do Santander é a situação dos trabalhadores desligados.

“Os trabalhadores desligados do Santander são imediatamente impedidos de entrar nos prédios do banco. Como fica o acesso do trabalhador demitido ao seu médico caso esteja sendo acompanhado por um especialista nos centros administrativos? Queremos garantia que esses trabalhadores terão acesso ao seu médico assistente para, por exemplo, pegar relatório para outro profissional ou até para solicitar laudo caso tenha que contestar a demissão”, enfatiza Vera.

“O Santander tem apresentado sucessivas provas de desrespeito à saúde dos trabalhadores como, por exemplo, demissões de bancários em tratamento médico, inclusive dentro dos ambulatórios, logo após o exame de retorno. Também transfere para os trabalhadores grande parte do custo da assistência médica com cobrança de coparticipação em todos os procedimentos, sem teto, o que consome um percentual cada vez maior dos salários dos funcionários. Os trabalhadores brasileiros são os responsáveis por 26% do lucro mundial do banco e merecem ser tratados com respeito”, conclui a dirigente.

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