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Artigo

Amazônia em chamas, Brasil desgovernado

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Artigo, assinado pelo ex-diretor de administração da Previ, Francisco Alexandre, e pelo diretor do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga, analisam a grave crise ambiental enfrentada pelo país
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Foto: Victor Moriyama/Greenpeace cc

Em artigo, o ex-diretor de administração da Previ, Francisco Alexandre, e o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, João Fukunaga, analisam a grave crise ambiental enfrentada pelo Brasil e a responsabilidade do governo Bolsonaro pela tragédia em curso. 

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Amazônia em chamas, Brasil desgovernado

O país e o mundo acompanham a Amazônia ardendo em chamas. A crise ultrapassou fronteiras. A situação a que chegamos é resultado da falta de competência do governo no trato de questões essenciais para o Brasil. A inabilidade de uma família que quer governar o país como o seu quintal não poderia ter outro destino, que não o que estamos vivenciando, pois, a família Bolsonaro nunca apresentou propostas para o país na sua atividade no parlamento.

O governo atual implantou uma política clara de desrespeito à comunidade científica, às instituições e ao povo. Todos os dias o país ouve agressões grotescas de um presidente que não tem qualquer ideia para a nação.

As agressões ao meio ambiente foram contínuas, começando pela nomeação de um ministro que responde a vários processos por descumprimento de leis ambientais. O fiscal que multou o então deputado e hoje presidente, em flagrante desrespeito à lei, foi exonerado do cargo. O fiscal do Ibama que apreendeu madeira ilegal foi impedido de incinerá-la, como determina a lei. O presidente do INPE, que denunciou o aumento das queimadas, foi demitido. Cada fala do presidente foi um incentivo a ação dos que não aceitam as leis ambientais.

A reação do mundo aos que acham que podem agredir o meio ambiente ao ponto em que chegamos só pode ser surpresa para quem não acompanha o tema mundo afora ou para a equipe de governo, ignorante em temas essenciais e sensíveis.

O governo Bolsonaro é culpado sim. É dele a responsabilidade pelo que está ocorrendo na Amazônia. É dele a recusa ao combate à grilagem, à invasão de terras indígenas. É dele a autorização para aumentar o uso de agrotóxicos, muitos deles proibidos no resto do mundo. É do governo atual a negação dos recursos para ações de fiscalização.

Não é certo querer transformar o erro do governo numa crise contra países que se juntaram a entidades da sociedade civil de todo o mundo para cobrar atitude do governo do Brasil. Até o Papa Francisco pede medidas para parar a marcha da insensatez que tomou conta de Brasília. Insensatez que choca a nação, tamanho é o despreparo dos que dirigem o país atualmente.

O meio ambiente é um tema de interesse de todas as pessoas. Os impactos causados pelo homem são visíveis. Os oceanos estão cheios de plásticos com efeitos devastadores para a fauna e flora marinha. Os rios de muitos países diminuem o volume, outros desaparecem. O subsolo diminui a capacidade de prover água em muitas partes do mundo.

O governo do Brasil não pode pensar que área de terra do tamanho da Amazônia brasileira, com a importância que tem para o país, possa ser descuidada, colocada de lado ou ficar à mercê da ignorância de pessoas que desconhecem o país e suas necessidades.

Nesses dias, felizmente, a população se juntou para cobrar responsabilidade. O mínimo que se espera são medidas para impedir o crime que acontece na Amazônia. Pois, não é possível continuar ouvindo a cada dia declarações estapafúrdias e chocantes em qualquer que seja o sentido a se pensar, que caracterizam o desgoverno que o país vivencia desde janeiro.

O que se espera de quem dirige o país são medidas para punir os que têm culpa e colocar um fim na destruição em marcha na Amazônia com queimadas e do país, que não aguenta mais tanta demonstração de inabilidade dos que estão à frente dos destinos da nação nesse momento.

João Fukunaga, diretor de Assuntos Jurídicos Individuais do Sindicato e coodenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil

Francisco Alexandre, Ex-diretor eleito de Administração da Previ, advogado, engenheiro civil, AMP Harvard Business School.

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