O 30º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (CNFBB) Olivan Faustino começou, na manhã desta quinta-feira 1º, em São Paulo, com o tema “Em defesa do Banco do Brasil e dos seus funcionários na era digital e do desmonte”. A mesa de abertura foi composta por toda a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB).
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Para Wagner Nascimento, coordenador da CEBB, os trinta anos do Congresso é um marco. “Não sabemos o que vamos enfrentar daqui para frente. Mas sabemos que nossa missão é sempre defender os bancos públicos e, principalmente, defender os empregos. Defender a existência, independente do formato que eles estejam.”
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Wagner explicou ainda que a ideia de fazer um congresso unido e dividido em painéis é para que todos participem do debate de todos os assuntos. “Optamos por não termos grupos de trabalhos divididos por temas pois todas as pautas são fundamentais para o nosso dia a dia. Nós temos o Congresso como referência para nossas negociações e por isso precisamos discutir todos juntos”, completou.
Fernanda Lopes, secretária da Juventude da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e representante da Confederação nas negociações com o banco, lembrou que no ano passado já foi antecipado que a conjuntura seria dura. “Mas nós vimos que a coisa é muito pior. Temos que manter nossa unidade para conseguir enfrentá-la.”
Rafael Zanon, representante da Fetec CN, desejou um bom congresso a todos, neste momento tão complexo que o país vive. “Estamos no século 21, mas voltamos para o 20. Redução do número de agências, redução do número de postos de trabalho, é a volta para o passado que a gente conhece bem, com o objetivo de sucateamento. Todos os funcionários esperam que a gente esteja aqui para debater nosso plano de lutas. Este ano ainda temos um desafio maior, que é definir a melhor estratégia de luta para defender a Cassi, com um atendimento para toda a população hoje e no futuro.”
Ana Paula Busato, da Fetec-PR, disse o objetivo do evento é tentar construir uma unidade grande em torno da defesa da Cassi e contra a privatização dos bancos públicos.
Sandra Trajano, da Fetec NE, lembrou que dos 30 anos de comissão de empresa este é o momento mais desafiador. “Em alguns momentos eu tenho dito que nossa luta hoje vai muito na linha de conservar o que nós temos para os trabalhadores que virão depois. Acho que, depois de sairmos dessa, de cabeça levantada, teremos o prazer de olhar para trás e lembrar de ter participado dessa batalha. Mais do que nunca o trabalho de base é fundamental.”
Rita Mota, da Fetrafi-RJ/ES, enalteceu o fato de a composição da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) ter a maioria de mulheres. “Posso dizer para quem não viveu o momento de FHC, o momento de retrocesso que estamos vivendo é pior do que o que tivemos naquela época. O presidente foi eleito com a contribuição de muito de nossos colegas. Temos que conseguir mostrar para toda a sociedade a diferença que faz termos políticas públicas que beneficiem a maioria da população e não a minoria. Temos que sair desse congresso com isso e mostrar que a defesa dos bancos públicos é fundamental para a realização destas políticas.”
De acordo com Luciana Bagno, da Fetrafi MG, esse é de longe o que acontece no momento mais difícil. “Desde 2015, as ameaças só aumentam e os ataques estão se concretizando. Desde o PDV, passando pela Cassi e pela Previ. Mais do que sair daqui com resoluções importantes que a gente precisa, precisamos sair daqui com as nossas forças renovadas, para que a gente possa fortalecer a base, que procura essa força na gente. Para que juntos possamos passar por esse momento e com o tempo retomar as nossas conquistas.”
Segundo Bianca Garbelini, da Fetrafi-RS, “diante deste momento tão difícil, temos que sair fortalecidos, mesmo com tantas coisas que estamos enfrentando.”
Luis Toniolo, da Fetrafi SC, acredita que os desafios são muitos. “Tenho certeza que cada um que está aqui tem muitos mais problemas a relatar. Mas, neste momento, precisamos mostrar disposição de luta para enfrentar todos eles. Nosso maior desafio agora é conectar com a base, pois somos eles a quem representamos. É importante sempre lembrar que a unidade nos trouxe até aqui e que vai nos levar adiante.”
Elisa Ferreira, da Feeb SP/ MS, destacou a importância de estar num congresso paritário e de as mulheres estarem à frente do microfone. “Seguiremos em marcha até que todas seremos livres.”
Elisa admitiu que estamos passando por momentos difíceis. “Mas, no entanto, esses períodos abrem oportunidades. É esse o momento de surgirem novas dialéticas. E é o que o movimento sindical tem de se perguntar: como vamos participar disto, como vamos fazer parte deste retorno ao processo civilizatória e fazer as analises de conjuntura corretas para a que agente consiga superar este período”, finalizou.
30º CNFBB homenageia Olivan Faustino
No final das falas, foi realizada uma homenagem ao companheiro Olivan Faustino, histórico participante dos congressos do BB, que faleceu nesta quarta-feira 31.
“Nosso camarada Olivan Faustino foi por muitos e muitos anos representante da Federação Bahia e Sergipe na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil. Ele trouxe diversos temos para o debate na comissão, como a valorização dos dirigentes sindicais. É com esse espírito que a presença dele ficará marcada em nosso congresso e em nossa luta em defesa dos direitos e conquistas dos funcionários, ainda mais neste momento, que temos no governo um presidente da República que está rapidamente nos impondo uma série de perdas”, declarou Fabio Lédo, FEEB-BA/SE. Depois da apresentação de vídeo em homenagem a Olivan, o coordenador da CEBB, Wagner Nascimento, informou que a CEBB, em reunião na noite de quarta-feira (31/7), decidiu denominar o Congresso como 30º CNFBB Olivan Faustino.