O movimento sindical deflagrou Dia Nacional de Luta em Defesa do Saúde Caixa e para cobrar a cobertura do convênio médico a todos os empregados do banco público. Os atos inauguraram a campanha em defesa do plano de autogestão dos bancários da empresa pública e, em São Paulo, foram realizados na Gipes.
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A defesa do Saúde Caixa, bem como a sua universalização para todos os empregados, foram resoluções do 35º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa.
Está agendada para o dia 27 de agosto uma reunião entre representantes dos trabalhadores e do banco na qual será cobrada que o Saúde Caixa seja garantido para todos os empregados, inclusive os que estão entrando no banco e os que serão contratados no futuro.
“O Saúde Caixa é um direito conquistado após muita luta e que está garantido no Acordo Coletivo de Trabalho [ACT] dos empregados da Caixa. Contudo está sob grave ameaça devido à CGPAR 23, que inviabiliza os planos de autogestão, e pelo estatuto vigente da Caixa, que impõe limites de custeio do Saúde Caixa pelo banco”, afirma Francisco Pugliesi, dirigente sindical e empregado da Caixa, conhecido como Chico.
Ameaças ao Saúde Caixa
Dentre outros pontos prejudiciais da resolução 23 da CGPAR (Comissão Interministerial de Governança Corporativa e de Administração de Participações Societárias da União) estão a exclusão dos aposentados da cobertura dos planos de saúde, a cobrança de mensalidade para cada integrante da família e a limitação da cobertura somente aos filhos até 24 anos que estejam cursando 3º grau.
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O novo estatuto da instituição determina que a participação da Caixa no custeio do Saúde Caixa será limitado ao percentual de 6,5% das folhas de pagamento de trabalhadores da ativa e aposentados.
Além disso, a Caixa não estenderá a cobertura do Saúde Caixa para os novos empregados do banco público. A Gipes São Paulo enviou aos empregados que estavam sendo chamados um aviso que não teriam plano de Saúde.
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“Nosso ACT garante assistência a Saúde de novos empregados. É nós lutamos pelo Saúde Caixa pra todos, inclusive os PCDs [pessoas com deficiência] que estão sendo contratados por uma obrigatoriedade da Justiça, e não por uma bondade da atual direção, como chegou a ser propagandeado, pois a Caixa sequer cumpria a exigência de manter o mínimo de 5% de trabalhadores com deficiência em seu quadro de empregados”, afirma Chico.
Caixa, reuniões no Saguão, não!
O Dia Nacional de Luta foi realizado na quarta-feira 14, em ocasião da integração de 18 trabalhadores com deficiência aprovados no concurso público de 2014. Eles foram convocados após uma exigência da Justiça.
A integração é uma espécie de cerimônia que marca a convocação dos novos empregados. Nas integrações passadas, a Caixa sempre permitiu que dirigentes do Sindicato e da Apcef apresentassem a atuação das entidades. Desta vez, eles foram impedidos.
“Era pra ser uma reunião avalizada, na sala de Integração. As representações das entidades devem ter livre acesso a todos empregados. Um direito garantido pela Convenção Coletiva de Trabalho e pelo ACT. Mas a desastrosa, desumana e autoritária direção de Pedro Guimarães não permitiu. Um desrespeito total, mas nós fizemos a reunião com os novos empregados no saguão da Gipes. Explicamos nossa atuação e também a situação atual pela qual o banco enfrenta, bem como o Saúde Caixa”, ressalta Chico.
“A gestão atual do banco está convocando esses PCDs aprovados no concurso de 2014, quando a Caixa tinha 101 mil trabalhadores. Estão sendo convocados por uma obrigação da Justiça em meio ao desmonte dessa empresa pública fundamental para a soberania nacional que agora conta com menos de 90 mil empregados e cuja sua direção está entregando ativos valiosos, como as loterias. E, se não bastasse isso, esses trabalhadores novos terão negados o direito ao Saúde Caixa. Este é o cenário contra o qual estamos lutando e que explicamos para os novos trabalhadores. É uma luta que deve ser de todos os empregados contra essa realidade que afeta a todos, sem exceção”, afirma o dirigente.