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Chapéu
Na luta com você

Saúde é tema da próxima mesa de negociação com a Fenaban

Linha fina
Terceira rodada de negociação da Campanha dos Bancários 2020 será terça-feira 11. Trabalhadores reivindicam fim das metas abusivas e condições de trabalho para o home office, além da manutenção de todas as cláusulas de saúde da CCT
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A próxima rodada de negociação da Campanha Nacional dos Bancários 2020 será na terça-feira 11 e abordará saúde e condições de trabalho. A mesa com a Fenaban (federação dos bancos) iniciará às 14h, por videoconferência. Os trabalhadores reivindicam a manutenção de todos os direitos já conquistados e clausulados na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, o fim das metas abusivas, que tanto adoecem os bancários, e condições adequadas para a execução do home office.

> Primeira mesa de negociação: Sindicato negocia regulamentação do home office
> Segunda mesa de negociação: Bancários reivindicam manutenção dos empregos

“Os bancários são uma das categorias que mais adoecem, tanto psicologicamente - por conta da pressão constante, do assédio e da cobrança excessiva por metas -, quanto fisicamente. Por isso, não podemos retroceder nas conquistas que tivemos nos últimos anos em relação à saúde, e queremos a manutenção de todas as cláusulas sobre o tema na nossa CCT. Além disso, queremos avançar discutindo mecanismos para impedir as metas abusivas e também medidas que garantam condições dignas para quem está em regime de home office”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Ivone Silva, uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, que representa a categoria na mesa com a Fenaban.

Adoecimento

Dados do INSS comprovam que a categoria bancária é uma das que mais adoece por conta do trabalho. Entre 2009 e 2013, houve um aumento de 40,4% no total de benefícios concedidos aos bancários, enquanto que para as demais categorias profissionais o crescimento foi de 26,2%. 

Ainda segundo dados do INSS, de 2009 a 2018 mais da metade (56%) dos afastamentos de bancários foram por doenças do trabalho, sendo as mais comuns: depressão, ansiedade, estresse e as LER/Dort. Sendo que as doenças psicológicas foram progressivamente  tornando-se prevalentes, de 2013 em diante passaram a ser maiores que as Ler/Dort.

Segundo o Observatório de Saúde do Trabalhador, do Ministério Público do Trabalho, a incidência das doenças mentais e tendinites entre bancários é no mínimo de 3 a 4 vezes maior que na maioria da população. O que demonstra que o fator trabalho é crucial para essa incidência.

“Não há dúvida de que a forma de gestão dos bancos adoece a categoria. A pressão constante para o cumprimento de metas muitas vezes irreais, com uma série de desrespeitos que caracterizam o assédio moral, fazem com que os trabalhadores do setor financeiro estejam entre as principais vítimas de depressão, ansiedade, outros transtornos mentais e físicos. Os dados de saúde serão apresentados na mesa para os bancos e vamos insistir em medidas para a manutenção de nossos direitos e avanços que tornem o ambiente de trabalho nos bancos mais humano”, conclui Ivone.

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