Pular para o conteúdo principal
Chapéu
Release

Bancários querem aumento real e bancos sugerem precarizar direitos

Imagem Destaque
Imagem mostra Aline Molina (a partir da esquerda), Neiva Ribeiro e Juvandia MOreira, respectivamente presidentas da Fetec-CUT/SP, do Sindicato dos Bancários de São Paulo e da Contraf-CUT, e membros do Comando Nacional dos Bancários

São Paulo, 07/09/24 - A categoria bancária reivindica aumento real na mesa de negociação, entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), em reunião realizada nesta quarta-feira 07. Na semana que vem, dia 12, a categoria realiza um dia de mobilização em todo o país, exigindo proposta dos banqueiros.

"No último ano, o lucro somado dos cinco maiores bancos totalizou R$ 108,6 bilhões. Entre 2013 e 2023, o lucro líquido real, acima da inflação, cresceu 169%. Em todo o período os bancos apresentaram lucro, mesmo durante a pandemia. A rentabilidade média do período ficou três vezes acima da inflação, o que reforça o bom desempenho dos bancos", afirmou Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

"Durante a reunião, a Fenaban propôs precarizar os direitos, não vamos admitir. Semana que teremos nova reunião e queremos uma proposta digna, que dialogue com aumento de emprego, aumento real, mais direitos, igualdade salarial, não vamos aceitar que os bancários sejam precarizados por terceirizados, como tem feito o banco Santander."

A inflação controlada e o mercado de trabalho aquecido contribuem para negociações salariais vantajosas.

Segundo levantamento do Dieese com mais de 6,7 mil negociações este ano, 86,1% dos reajustes foram maiores que o INPC. O ganho real médio conquistado foi de 1,59%.

Na consulta com a categoria, com mais de 45 mil pessoas, 93% dos trabalhadores apontaram o aumento real como prioridade; 63% apontam a PLR como prioridade e 51% apontam reajuste maior para VA e VR.

Bancos cobram tarifas altas e diminuem a remuneração dos trabalhadores

Os cinco principais bancos arrecadaram R$ 156,3 bilhões com prestação de serviços e tarifas bancárias em 2023, alta de média de 2,9%.

“Os bancos cobram taxas de juros abusivas, com cheque especial a 128% ao ano e 422% ao ano no rotativo do cartão de crédito. Apenas com as tarifas bancárias dos cinco maiores bancos são suficientes para cobrir 127% do total de despesas de pessoal”, afirma Neiva Ribeiro

Altos salários para os executivos. E para o trabalhador?

Para 2024, a previsão é que a remuneração média individual anual da Direção Estatutária dos quatro maiores bancos (Itaú, Santander, BB e Bradesco) chegue a R$ 9,2 milhões por diretor (a), aumento de 8% em relação a 2023.

O valor é 115 vezes maior do que a remuneração anual da função de escriturário (salário, 13º, férias, tickets, PLR). Considerando a remuneração média geral anual da categoria, o valor é 46 vezes superior.

seja socio