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Chapéu
Campanha dos Bancários 2024

Sede do Bradesco e CT Itaú são palco do Dia Nacional de Luta pelo fim das metas abusivas

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A sede do Bradesco e o Centro Tecnológico Itaú foram palco do Dia Nacional de Luta para defender melhores condições de trabalho e o fim das metas abusivas e do assédio moral institucionalizado, que adoecem a categoria. Nesta quinta-feira 1º, a Cidade Deus, matriz do Bradesco, em Osasco, e o CT Itaú, na Mooca, receberam as atividades que integram a Campanha Nacional dos Bancários 2024.

Os protestos ocorrem em resposta à negociação sobre o tema na qual a Fenaban negou o inegável: que as metas abusivas são responsáveis pela epidemia de adoecimentos na categoria bancária.

Os dados do INSS atestam: em 2022, os bancários chegaram a 25% dos afastamentos acidentários relacionados à Saúde Mental e Comportamental.

Outro dado revelador e é que, apesar de representar 0,8% do emprego formal no Brasil, em 2022, a categoria bancária respondeu por 3,7% dos 105,2 mil afastamentos acidentários e 1,5% dos 928,5 mil afastamentos previdenciários naquele ano.

Reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2024

  • que as metas sejam ajustadas em comum acordo com os empregados no início do ano ou no semestre e, após a sua definição, não poderão ser alteradas para prejudicar os trabalhadores;
  • que as metas sejam fáceis de serem computadas e verificadas pelos trabalhadores, pois as métricas hoje são impossíveis de serem verificadas;
  • que a empresa divulgue a todos os funcionários, os parâmetros e dados utilizados para o cálculo e definição das metas;
  • que as metas sejam reduzidas proporcionalmente nas hipóteses de afastamentos, licenças, férias, ausências ou feriados;
  • que seja vedada a individualização de metas ou qualquer tipo de comparação entre os resultados obtidos, seja por agência, região ou ranking;
  • fim do assédio e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas, entre outros pontos.

Chega de assédio moral

O assédio moral é institucionalizado nos bancos. Os bancários e bancárias conhecem bem a realidade das cobranças diárias excessivas para o cumprimento de metas, a rotina de desrespeitos, humilhações, constrangimentos e exposições.

Na mesa com a Fenaban, o Comando deixou claro que isso precisa acabar e cobrou respostas para reivindicações que já foram discutidas com os bancos nas mesas temáticas de saúde.

Nas mesas permanentes de saúde, a representação dos bancários definiu cinco prioridades para atualização da cláusula 61: garantia de sigilo absoluto da identidade do denunciante e denunciado (o Sindicato orienta os bancários a denunciarem no canal do Sindicato); redução do prazo de apuração e resposta; participação dos sindicatos em todo o processo, inclusive na apuração; campanhas de prevenção; e formação.

Reivindicam ainda que a adesão à cláusula seja obrigatória por todos os bancos, e não facultativa, como é atualmente (hoje é necessária a adesão do banco ao instrumento, o que é feito em acordo aditivo à CCT).

Sobre mudança na redação da cláusula 61, a Fenaban concordou em rediscutir a redação, para alinhar às reivindicações da categoria.

Dados da consulta nacional

A Consulta Nacional à categoria, feita entre abril e junho, também os adoecimentos causados pelas gestão organizacional focada nas metas abusivas:

  • 39% dos participantes usam ou usaram remédios controlados nos últimos 12 meses, como antidepressivos, ansiolíticos e estimulantes;
  • Quando questionados sobre quais medidas deveriam ser adotadas para um ambiente ético, cooperativo e respeitoso nos bancos, os participantes apontaram:
  • a definição das metas levando em consideração porte, região, perfil de clientes e número de empregados na unidade (51%);
  • que as metas fossem readequadas em caso de redução de funcionários (46%);
  • e a maior participação dos bancários na definição das metas e dos mecanismos de sua aferição (38%).
  • Em relação aos impactos à saúde das cobranças excessivas pelo cumprimento de metas:
  • 67% responderam ter preocupação constante com o trabalho;
  • 60% responderam sentir cansaço e fadiga constante;
  • 53% sentem-se desmotivados e sem vontade de ir trabalhar;
  • 47% têm crises de ansiedade/pânico; e 39% sentem dificuldade de dormir mesmo aos finais de semana (entre outros sintomas).
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