Entre os dias 16 e 18 de agosto, foi realizado o 7º Encontro Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT, promovido pela Secretaria Nacional de Políticas Sociais e Direitos Humanos da CUT e pelo Coletivo Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras com Deficiência da CUT, com a coordenação de Maria Cleide Queiroz, dirigente do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região; e Carlos de Sousa Maciel, dirigente do Sindicato dos Professores do Distrito Federal.
Durante o evento foram trabalhadas diversas propostas de revisão do plano de ação aprovado no encontro anterior.
Inclusão no trabalho
A inclusão no trabalho esteve no centro dos debates, nos quais foi enfatizado que além da lei de cotas, que precisa ter a fiscalização do seu cumprimento intensificada, se faz necessário que acordos coletivos possuem cláusulas que reforcem a contratação de trabalhadores e trabalhadoras com deficiência, além dos seus direitos específicos.
Um exemplo de direito específico do trabalhador com deficiência, clausulado em acordos coletivos, é o abono do dia quando este trabalhador precisa se ausentar para realizar a manutenção da sua cadeira de rodas, aparelho auditivo, órtese, prótese ou qualquer outra tecnologia assistiva de que faça uso.
“Na Campanha Nacional dos Bancários deste ano reivindicamos que esse abono, já clausulado no aditivo dos trabalhadores do Santander, seja ampliado para todos os bancos por meio da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria"
Maria Cleide Queiroz, dirigente do Sindicato
No total, trabalhadores de 12 estados participaram do encontro, que contou bancários de vários deles, que agora tem a tarefa de reforças nos acordos coletivos cláusulas que assegurem direitos para pessoas com deficiência.
“Primeiro a deficiência, depois a pessoa”
A dirigente do Sindicato critica o fato das empresas, no momento da contratação, muitas vezes enxergaram primeiro a deficiência e, só depois, a pessoa e suas qualificações.
“A empresa, quando contrata a pessoa com deficiência, no momento da entrevista já olha qual a deficiência que a pessoa possui, qual dará “mais ou menos dificuldade" na adequação ao ambiente de trabalho. Para as empresas, primeiro vem a deficiência, depois a pessoa. Não importa o curriculum, as qualidades e o que o trabalhador ou trabalhadora poderá agregar ao ambiente de trabalho. É um absurdo, mas isso é o que o capitalismo faz, produz e reproduz, visando apenas seu lucro”, enfatiza Maria Cleide.
“A luta contra o capacitismo nas relações de trabalho e pela valorização dos trabalhadores e trabalhadoras com deficiência é permanente e deve envolver a todos”, conclui.