
O Sindicato dos Bancários de São Paulo, junto a demais representantes do movimento sindical, parlamentares e entidades de classe trabalhadora voltaram a debater, desta vez no Congresso Nacional, o alto custo do plano de saúde dos aposentados do Itaú.
Uma caravana de cerca de 30 bancários de São Paulo também marcou presença na audiência realizada na última terça-feira 19, além de representantes de várias federações de trabalhadores do setor financeiro de diferentes regiões do Brasil.
Após o encerramento do período em que o banco participa parcialmente do custeio, conforme previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), muitos aposentados passaram a encarar mensalidades que superam R$ 2 mil por pessoa, chegando a ultrapassar R$ 4 mil para casais. Nessas condições, a manutenção do benefício se torna inviável para a maioria.
Para Jair Alves, dirigente da Contraf-CUT, a audiência reforçou a urgência de uma solução: “Estamos falando de milhares de aposentados que ajudaram a construir o Itaú e agora estão sendo penalizados com custos abusivos no plano de saúde. É inaceitável que o banco transfira integralmente essa conta para quem já cumpriu sua parte. O movimento sindical vai seguir mobilizado para garantir que esse direito seja respeitado.”

O deputado estadual de São Paulo Luiz Cláudio Marcolino (PT-SP) ressaltou a relevância da luta dos bancários aposentados como parte da resistência mais ampla contra o desmonte de direitos trabalhistas e previdenciários no país.
“Esses trabalhadores, que dedicaram anos de suas vidas ao banco, agora enfrentam mensalidades abusivas, alterações unilaterais e até cancelamentos de contratos. Essa é uma injustiça que não podemos aceitar. É hora de dar voz a quem está sendo prejudicado e lutar por planos de saúde justos e acessíveis para todos os aposentados”, publicou o parlamentar na sua conta no Instagram.

Caroline Heidner, diretora de Saúde Suplementar da Anapar, também participou do debate, trazendo a visão das associações de previdência complementar e reforçando a importância de uma regulamentação justa e equilibrada para os planos de saúde de aposentados.
Jair Alves reforçou a necessidade de ação conjunta entre o movimento sindical e os parlamentares: “Essa audiência demonstra que precisamos, juntos com os parlamentares, pautar a discussão da Lei 9.656/98 nos órgãos fiscalizadores e na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), garantindo que os aposentados tenham seus direitos protegidos de forma justa e equilibrada.”
Ao encerrar os debates, a deputada Erika Kokay (PT-DF), propositora da audiência pública, afirmou que a luta pelo plano de saúde dos aposentados do Itaú não é apenas uma questão corporativa, mas de justiça social. “O direito à saúde não pode ser negado ou precarizado em nome do lucro. É preciso garantir condições dignas para quem dedicou sua vida ao trabalho e agora precisa de proteção”, declarou.
A audiência pública na Câmara dos Deputados é mais uma etapa da mobilização pelo direito à saúde dos aposentados do Itaú. Já haviam sido realizada audiências sobre o mesmo tema nas assembleias legislativas do Estado do Rio de Janeiro e de São Paulo. O Procon de SP também acionado para garantir aos aposentados do Itaú o direito ao plano de saúde.
