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Arquivos e o direito à memória e à verdade

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Coletânea do 3º seminário internacional o mundo dos trabalhadores e seus arquivos será lançada dia 18
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São Paulo - A publicação Arquivos e o direito à memória e à verdade no mundo dos trabalhadores, coletânea do 3º seminário internacional o mundo dos trabalhadores e seus arquivos, realizado em 2013 no Rio de Janeiro, será lançada na sexta-feira 18, naquela cidade.

O livro, editado pelo Arquivo Nacional e Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi organizado por Antonio José Marques, do Cedoc CUT, e Inez Stampa, do Centro de Referências Memórias Reveladas. Está estruturado em duas partes. A primeira traz os quatros artigos referentes à homenagem realizada à Confederação Operária Brasileira (COB) no centenário do seu segundo congresso: 1913-2013.

O historiador Michael Hall parte de uma afirmação da COB publicada no jornal A Voz do Trabalhador, seu órgão oficial, de que esta “adotará e usará o Sindicalismo Revolucionário” para discorrer sobre essa corrente e sua relação com o anarquismo. O artigo de Beatriz Kushnir busca recuperar a experiência do congresso a partir da história de constituição do acervo da sua Comissão Organizadora. Na sequência, Claudio Batalha discorre sobre a COB, sua militância e os esforços desta para intervir nas lutas sociais. Finalizando a primeira parte, Beatriz Loner trata da repressão na primeira República e como esta interferia no modo de vida dos militantes e daqueles próximos a eles.

A segunda parte da obra é composta por artigos resultantes das conferências e palestras realizadas pelos demais convidados nacionais e estrangeiros que apresentaram reflexões durante as mesas temáticas do Seminário.

A professora Rosa Cardoso, na época integrante da Comissão Nacional da Verdade, tratou da temática central do evento “direito à memória e à verdade”. A arquivista argentina Maria Nazar escreveu sobre repressão, arquivos e memória dos trabalhadores na Argentina. O historiador Tiago Bernardon discorreu sobre a constituição de um acervo com processos da Justiça do Trabalho em Guarabira, na Paraíba.

As experiências internacionais estão presentes em outros três artigos. O professor Rodolfo Porrini relata sobre a situação dos arquivos sindicais e dos movimentos sociais no Uruguai. Marco Scavino, professor da Universidade de Turim, apresenta os arquivos sindicais e dos movimentos sociais na Itália. Os arquivos dos trabalhadores no México e o Centro de Estudos do Movimento Operário e Socialista (CEMOS) nos são trazidos pela professora mexicana Elvira Concheiro.

Os artigos seguintes tratam sobre história oral, em um trabalho escrito pelo professor Michel Le Ven, o patrimônio imaterial nas políticas de preservação, da museóloga Célia Corsino, e a questão da preservação digital, matéria do professor Ricardo Pimenta. Concluindo a publicação, e voltando a questão dos arquivos, o cientista da computação e administrador de arquivos, Augusto Cesar Lunasco Cusi, de La Paz, Bolívia apresenta o projeto de descrição e digitalização de fitas cassetes com gravações de congressos de trabalhadores bolivianos. Vanderlei Batista dos Santos, arquivista e cientista da informação, nos remete a questão do documento digital e da documentação trabalhista produzida no âmbito das empresas.

Esta é uma obra que interessa aos arquivistas, historiadores, cientistas sociais e todos que atuam e tenham interesse pelo mundo dos trabalhadores e seus arquivos. Ela será distribuída às instituições sindicais, arquivos e centros de documentação com acervos sobre os trabalhadores, bibliotecas universitárias e para profissionais que atuam diretamente na temática.

O lançamento será no dia 18 de setembro, às 16h30, no Salão Nobre do Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, e integra a programação do Seminário “Do Golpe de 1964 à Nova República”. Clique aqui e veja a programação do seminário.

CUT - 15/9/2015
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