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Banrisul frustra negociação de saúde e segurança

Linha fina
Após quatro horas de debates dentro da campanha, representação do banco não apresenta propostas
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Porto Alegre - Depois de quatro horas de debates na sede da Fundação Banrisul de Seguridade Social, (FBSS), no Centro de Porto Alegre, a segunda mesa de negociação entre o Comando Nacional dos Banrisulenses e representantes da diretoria do banco terminou sem avanços na saúde e na segurança. Nova reunião ficou marcada para a quarta-feira 23, às 14h, na Casa dos Bancários. Os banrisulenses devem ficar atentos ao tema. Estarão em debate a valorização profissional, a democratização das relações de trabalho e os prêmios e auxílios.

Logo na abertura da mesa de negociação, o superintendente de Gestão de Pessoas, Gaspar Saikoski, voltou a falar em contexto econômico. Mencionou a CPMF, Contribuição sobre Movimentação Financeira, de 0,2%, e do impacto que teria para os bancos. Os membros do Comando dos Banrisulenses rejeitaram novamente este argumento, destacando que a volta da CPMF, por exemplo, não afetará em nada a lucratividade do setor financeiro que cresceu muito no primeiro semestre.

Após ouvir relato do presidente do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre, Everton Gimenis, sobre os debates na mesa de negociação nacional e ser informado de que a Fenaban havia finalmente reconhecido que há um volume muito grande de bancários adoecidos, o banco fez o mesmo. No entanto, a proposta para fazer frente ao adoecimento foi a retomada da Comissão de Saúde. Ficou acertado que 20 dias após a assinatura do Aditivo deste ano começarão as reuniões desse grupo que é formado por representantes do banco e dos Banrisulenses.

Em relação à segurança, a estratégia foi a mesma. Repassar debates para a Comissão de Segurança. Os representantes do banco anunciaram investimentos em inteligência, mais equipamentos, mas não assumiram nenhum compromisso com a pauta dos Banrisulenses. Os dirigentes sindicais demonstraram que os investimentos se concentram na defesa do patrimônio em detrimento da vida dos bancários.

"Os banqueiros reconheceram que os colegas estão adoecendo, mas demoraram muito tempo. O adoecimento dos bancários teve que virar uma epidemia para eles reconhecerem. O Banrisul não precisa deixar chegar a este ponto. Estamos propondo uma forma de resolver aqui na mesa de negociação. É para melhorar as condições de trabalho para os colegas", disse o diretor da Fetrafi-RS, Carlos Rocha.

Everton Gimenis, reagiu à tentativa de os representantes do banco relativizarem os dados da Pesquisa Trabalho e Saúde Mental da Categoria Bancária do Rio Grande do Sul, realizada em parceria com a Fetrafi-RS e a Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA). "Não houve avanços na mesa de negociação. De toda a nossa pauta de saúde, propor a retomada da Comissão de Saúde é muito pouco. Prevenir a saúde dos trabalhadores é investimento, não é custo", avaliou Gimenis.

Os dados da pesquisa das entidades sindicais indicam que 46,9% dos Banrisulenses que responderam ao questionário admitem uso de medicação e que 21,7% dos colegas do banco usam medicamento psiquiátrico por causa do trabalho. Outro dado demonstra que 45,4% sofrem de depressão e ansiedade.

 
Seeb Porto Alegre - 18/9/2015
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