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São Paulo – O ano de 1985 pode ser considerado divisor de águas na categoria bancária, devido ao aprimoramento da organização nacional na luta por melhores condições de trabalho. Numa verdadeira onda revolucionária que invadia o país por meio de um novo sindicalismo, os empregados da Caixa Federal também escreveram página importante da história.
Mês e meio depois da primeira greve nacional pós-ditadura, em 11 e 12 de setembro, empregados da Caixa fizeram uma paralisação em todo o país de 24 horas que teve como resultado a conquista da jornada de seis horas e o direito à sindicalização, garantindo-lhes direitos iguais aos demais bancários. O movimento, em 30 de outubro, contou com adesão de praticamente 100% dos empregados. “Foi construído ao longo de meses e por isso as agências simplesmente não abriram. Em poucas unidades tivemos de fazer um convencimento maior”, afirma o ex-dirigente sindical Valmir Gôngora, um dos coordenadores da paralisação na zona leste de São Paulo.
> Dois dias que marcaram a história da categoria
A maior mobilização estava entre os auxiliares de escritório, que tinham também uma reivindicação específica: o enquadramento como escriturário no Plano de Cargos e Salários, o que possibilitava dobrar sua remuneração.
“Creio que foi uma decisão estratégica não sair em greve junto com os demais bancários em setembro. Seríamos um contingente pequeno perto do tamanho da categoria e nossas reivindicações, que eram próprias, não teriam o impacto desejado. Primeiro tínhamos de ter direito à sindicalização, à mesma jornada, para depois nos unirmos aos demais trabalhadores”, recorda Valmir.
Outro ex-dirigente que participou da greve, José Carlos Alonso destaca que a decisão de fazer uma greve de 24 horas ocorreu no 1º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Federal) realizado nos dias 19 e 20 de outubro em Brasília. “Era para ser um protesto de advertência, mas foi tão forte que vergou o governo e o Congresso Nacional, pois conseguimos a aprovação do projeto de lei 4.111-4, que estabelecia a jornada de seis horas diárias para os empregados da Caixa.”
Alonso recorda que, mesmo sem poderem se filiar formalmente, tinham todo o apoio do Sindicato, à época presidido por Luiz Gushiken. Utilizavam uma subsede da entidade para reuniões e até chegaram a fazer campanhas de sindicalização e entregaram milhares de propostas de adesão ao banco público.
“Não tínhamos qualquer experiência em fazer um movimento nacional de paralisação. Então, os sindicatos deram suporte. E quando chegamos às negociações com o banco, tínhamos ‘aulas’ de debate com o Luizinho Azevedo, que era diretor do Sindicato de São Paulo”, recorda.
“O resultado não poderia ser melhor. Com a greve, os empregados tiveram redução da jornada de oito horas para seis horas, com a manutenção dos salários. E depois, com a sindicalização, a cada ano passaram a ter as mesmas conquistas da categoria”, recorda Luizinho Azevedo.
As conquistas são lembradas com orgulho neste 30 de outubro de 2015. O dirigente Valter San Martin, que faz parte da atual diretoria do Sindicato, ressalta que a essência do movimento daquela época é cultivada a cada dia. “A força da luta de 1985 foi muito grande, inclusive entre os gerentes. Todos aderiram. A coragem dos trabalhadores daquela época é passada aos novos empregados a cada congresso que realizamos, o que é um desafio para nós. Os novos precisam se apropriar dessa luta, assim como nós que fazemos parte dela há anos, acreditando nos ideais da categoria e em avanços para a classe trabalhadora", destaca o dirigente.
Mês e meio depois da primeira greve nacional pós-ditadura, em 11 e 12 de setembro, empregados da Caixa fizeram uma paralisação em todo o país de 24 horas que teve como resultado a conquista da jornada de seis horas e o direito à sindicalização, garantindo-lhes direitos iguais aos demais bancários. O movimento, em 30 de outubro, contou com adesão de praticamente 100% dos empregados. “Foi construído ao longo de meses e por isso as agências simplesmente não abriram. Em poucas unidades tivemos de fazer um convencimento maior”, afirma o ex-dirigente sindical Valmir Gôngora, um dos coordenadores da paralisação na zona leste de São Paulo.
> Dois dias que marcaram a história da categoria
A maior mobilização estava entre os auxiliares de escritório, que tinham também uma reivindicação específica: o enquadramento como escriturário no Plano de Cargos e Salários, o que possibilitava dobrar sua remuneração.
“Creio que foi uma decisão estratégica não sair em greve junto com os demais bancários em setembro. Seríamos um contingente pequeno perto do tamanho da categoria e nossas reivindicações, que eram próprias, não teriam o impacto desejado. Primeiro tínhamos de ter direito à sindicalização, à mesma jornada, para depois nos unirmos aos demais trabalhadores”, recorda Valmir.
Outro ex-dirigente que participou da greve, José Carlos Alonso destaca que a decisão de fazer uma greve de 24 horas ocorreu no 1º Conecef (Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Federal) realizado nos dias 19 e 20 de outubro em Brasília. “Era para ser um protesto de advertência, mas foi tão forte que vergou o governo e o Congresso Nacional, pois conseguimos a aprovação do projeto de lei 4.111-4, que estabelecia a jornada de seis horas diárias para os empregados da Caixa.”
Alonso recorda que, mesmo sem poderem se filiar formalmente, tinham todo o apoio do Sindicato, à época presidido por Luiz Gushiken. Utilizavam uma subsede da entidade para reuniões e até chegaram a fazer campanhas de sindicalização e entregaram milhares de propostas de adesão ao banco público.
“Não tínhamos qualquer experiência em fazer um movimento nacional de paralisação. Então, os sindicatos deram suporte. E quando chegamos às negociações com o banco, tínhamos ‘aulas’ de debate com o Luizinho Azevedo, que era diretor do Sindicato de São Paulo”, recorda.
“O resultado não poderia ser melhor. Com a greve, os empregados tiveram redução da jornada de oito horas para seis horas, com a manutenção dos salários. E depois, com a sindicalização, a cada ano passaram a ter as mesmas conquistas da categoria”, recorda Luizinho Azevedo.
As conquistas são lembradas com orgulho neste 30 de outubro de 2015. O dirigente Valter San Martin, que faz parte da atual diretoria do Sindicato, ressalta que a essência do movimento daquela época é cultivada a cada dia. “A força da luta de 1985 foi muito grande, inclusive entre os gerentes. Todos aderiram. A coragem dos trabalhadores daquela época é passada aos novos empregados a cada congresso que realizamos, o que é um desafio para nós. Os novos precisam se apropriar dessa luta, assim como nós que fazemos parte dela há anos, acreditando nos ideais da categoria e em avanços para a classe trabalhadora", destaca o dirigente.
A lei foi sancionada pelo então presidente José Sarney, em 17 de dezembro de 1985. No dia seguinte, o Diário Oficial trouxe ainda a garantia do direito à sindicalização, viabilizada com a alteração do artigo 556 da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Jair Rosa –9/9/2015 (atualizada em 30/10, às 16h)