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Mortes no trânsito caem 18,5% em São Paulo

Linha fina
Dados da CET mostram que morreram 118 pessoas a menos no primeiro semestre deste ano em comparação com mesmo período de 2014
Imagem Destaque
São Paulo – De acordo com dados da CET, o número de mortes no trânsito na capital paulista caiu 18,5% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2014. De janeiro a junho morreram 118 pessoas a menos nas vias de São Paulo. Houve redução de 26% na morte de motoristas e passageiros, de 16% de pedestres e de 14% entre motociclistas. No caso dos ciclistas, a redução do número de mortes chegou a 46,4%.

Segundo a Prefeitura, esses números são resultado do Programa de Proteção à Vida, implantado em 2013, no início da atual gestão.

“Temos um Programa de Proteção à Vida que está em curso. Esses números mostram que todas as iniciativas, e não só a redução, estão dando resultados. O ciclista está mais seguro. Caiu praticamente 50% o número de mortes. Isso é malha cicloviária. Onde tem ciclovia tem mais segurança”, afirmou o prefeito Fernando Haddad durante o anúncio dos dados na terça-feira 29.

Outra medida citada pelo prefeito como uma das que contribuíram com a redução nas mortes no trânsito é o programa CET no seu Bairro, pelo qual são realizadas melhorias na sinalização e na organização viária em regiões periféricas com a contribuição dos moradores locais. “É a população que sabe onde está o perigo”, defende Haddad. 

Fiscalização – Para o engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira, todas as medidas implementadas pela Prefeitura são importantes na redução das mortes no trânsito, mas destaca uma em especial: o aumento da fiscalização.

“Todas essas iniciativas são muito importantes, mas o aumento da fiscalização foi fundamental para a diminuição do número de mortes. No início, algumas medidas podem ser impopulares, mas se a população quer mais segurança no trânsito, deve apoiá-las”, defende Figueira. “Se a Prefeitura passar a ficar preocupada com eleições, podemos perder todo esse avanço. É um processo iniciado que não pode parar. De ações educacionais e aumento da fiscalização”, acrescenta.

Segundo o engenheiro, os números da CET no primeiro semestre ainda não foram influenciados pela redução da velocidade das marginais e pela fiscalização aleatória, na qual agentes de trânsito são distribuídos por diferentes pontos da cidade por meio de um sorteio randômico, evitando que o motorista tenha certeza de que um local possui ou não fiscalização.

Para Horácio, quando os números da CET incorporarem o resultado dessas duas medidas, as mortes no trânsito da capital paulista devem cair ainda mais.

Redução da velocidade – Haddad também comentou os resultados preliminares das reduções dos limites de velocidade nas Marginais Tietê e Pinheiros, implementadas no final de junho. Nas oito semanas após a adoção da medida (de 20 de julho a 13 de setembro), acidentes com vítimas caíram 36% em relação ao mesmo período de 2014. Já a lentidão teve redução média de 8%. A maior queda, de 14%, ocorreu no pico da tarde. No pico da manhã foi de 11%.

“O que está acontecendo em São Paulo é aquilo que a teoria disse que ia acontecer. A teoria sobre a mobilidade dizia que a redução do limite de velocidade diminui os acidentes e melhora o trânsito, ao contrário do que pensa o senso comum”, afirmou Haddad.

“Com um limite de velocidade maior, o trânsito afunila mais no final da fila. Com isso, ela aumenta com mais rapidez. Com um limite menor, o congestionamento se desfaz mais rapidamente”, explica Figueira.


Felipe Rousselet, com informações da PMSP - 30/9/2015
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